Todo mundo tem uma
mania, isto é inevitável e o pior, se incorporam ao nosso ser tal
qual uma erva daninha no meio de folhagens.
Sabe aquele tic
nervoso? Aquele em que você faz uma careta, estica os lábios para
direita, depois para a esquerda, dá uma mexida no pescoço, passa a
mão na cabeça e continua como se nada aconteceu? Ele em algum
momento foi revelado.
Para
não ser tão chato digo que em um dado momento ele se tornou visível
aos olhos de seus amigos, familiares, colegas de trabalho, no seu
estudo, no seu passeio com a galera, (será que esqueci de alguém?)
e toda a torcida do time de futebol preferido seu, e a partir daí
você começará a sofrer os temidos Bullying.
Não
precisa ser gordo, magro, alto, baixo para sofrer de Bullying, mas
tem que ter muita coragem para enfrentar o tal Tic nervoso. Existe
até uma música que diz: “Isso me dá Tic – Tic nervoso” que
retrata com bom humor o sofrimento de um jovem que tudo com ele dá
errado, perdendo o emprego, arrumando uma namorada que era namorado,
geladeira vazia e o desabafo, “Isso me dá Tic – Tic nervoso”.
Parece
até mesmo uma brincadeira, mas não. É uma triste realidade para
aquele que sofre com assédios morais, brincadeiras de mau gosto, em
que o agredido fica de lado, amargando essas brincadeiras como se
fosse um dia normal da vida, um dia ruim no trabalho, enfim, jogado
às traças com requintes brilhantes de uma brincadeira.
Mas,
voltando as Manias, quem já não as teve, não é verdade?
Hoje
foi um dia curioso, depois de pegar o carro e dirigir-me até
Guarulhos, onde tenho escritório, coloquei o carro no estacionamento
e fui caminhando ao Escritório, cerca de uns cem metros no máximo.
Então,
chegando a um semáforo, ou farol, como queiram parei e fui apertar o
botãozinho que de tempos em tempos dá sinal verde para atravessar a
rua.
Como
cheguei cedo, não
estava com pressa, resolvi observar um pouco do movimento da avenida,
dos estudantes que se dirigiam à escola, do varredor de rua que
limpava com sua vassoura, tendo um assobio como acompanhamento, o
jornaleiro que fazia troco, o cara do café, mal humorado como
sempre, enfim, uma busca completa com meus olhos para identificar
cada um.
É
interessante que muito pouca gente faz isso, e quando o faz, é
tachado de maluco, sem noção, com tempo de sobra, mas mesmo assim,
não me deixei levar pelo lado da gozação, e continuando minha
pequeníssima jornada.
Parei
ao lado do pequeno poste metálico, procurei o botão e
instintivamente coloquei meu dedo e dei três apertadas.
Tal
fato fez-me rir, pois estudei por muito tempo eletrônica, e sei que
para se fazer o contato entre dois pólos, basta um pequeno encostão,
um pequeno atrito e o relógio de parada para os carros já é
iniciado.
O
tempo, que estava a meu favor, passava suavemente diante dos meus
olhos, quando reparei que um senhor, com expressões de
descontentamento, com
pressa, se posicionava do outro lado da Avenida, junto ao poste que
mantinha um botão ligado em paralelo ao meu.
Os
segundos eram eternos, quando esse senhor resolveu colocar seu dedo
também no botão no intuito de ter maior velocidade no relógio de
parada dos veículos.
Sinal
verde para os carros e vermelho para nós pedestres, após a apertada
do botão do senhor, começou a esboçar sinais de que dentre
instantes teríamos nossa travessia franqueada pela luz verde.
Tudo
dando certo e quando o sinal ficou vermelho para os carros e verde
para nós pedestres, começamos atravessar a avenida. O senhor vinha
então em minha direção, e eu caminhando calmamente pela faixa de
pedestres, sendo que eu calculava que o atropelamento entre eu e o
senhor do outro lado, seria inevitável.
Instantes
finais, olho no olho, pé a pé, nos encontramos no meio da avenida,
quando esse senhor dirigiu-se a mim e falou: - Viu como tem que
fazer? Você deve apertar o botão insistentemente para que nossa vez
chegue mais cedo.
Recorrer
ao meu estudo de eletrônica nos anos 70, puxando pela memória, e
lembrei que basta apenas um encostão para acionar o gatilho.
Mas
que dó, aquele senhor juraria de pés juntos que foi a apertada dele
que movimentou a máquina semafórica.
Só
uma questão de Tempo.
Sendo
assim, Prazer em Recebê-los
(Clóvis
Cortez de Almeida)
Prazer em recebê-lo com esse texto agradável de ser ler.
ResponderExcluirLourdes.
Muito obrigado minha querida menina Lourdes. Sempre é bom ler comentários, felizes comentários.....
Excluir