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sexta-feira, 26 de julho de 2013

E a Criança se fêz Gigante



Fui me dando conta de que julho está chegando ao fim e com ele o meu curso de Doutorado já está na metade, e as consequências de que minha estadia com minha mãe também está terminando na cidade de Buenos Aires.
É um período tão pequeno, mas tão curto que quando vamos nos dar conta do fato, o período de quinze dias já está finalizando e com ele temos que começar a arrumar nossas malas.
Antes de colocarmos nossas camisas, nossas calças dobradas e guardadas, precisamos arrumar para que nenhum vínculo fique pregado nas peças de roupas, ou que nenhuma lembrança ruim possa abarrotar nossa bagagem como nos quer nossos pensamentos inimigos.
Toda viagem tem um começo e esse se deu quando em casa comentei que estava embarcando para o país vizinho, só, sem muita bagagem, sem alguém para falar ou para trocar ideia.
Seria uma quinzena de total silêncio, onde quem mais gritaria seria minha consciência, que por certo estaria falando alto, sem muita censura, ou até mesmo sem uma única censura.
Ao comentar em casa, minha mãe esboçou uma forte vontade de vir comigo, para companhia, para ficar apenas dentro de um quarto de vinte e cinco metros quadrados, com apenas uma televisão que fala em Espanhol, e o silêncio de tudo que podemos chamar de sociedade, apenas pelo prazer de me fazer acompanhado por um membro da família, que desta vez não poderia ser minha esposa.
Compramos a passagem, e embarcamos, eu rumo a mais um módulo de meu curso, e ela para mais um período de reclusão, já que sua visão não mais ajuda a caminhar com facilidade só, pelas ruas de uma cidade até então desconhecida.
Também, devido a um pequeno problema auditivo, ao retirar os aparelhos que a mantém ligada ao nosso mundo pelos sons, fica ela alheia de tudo, até mesmo de um grito dado, ou de alguém que lhe dirija a palavra, mesmo que em tom bastante forte, alto o suficiente para balançar as estruturas do apartamento.
O importante é que chegamos ao local, e assim começamos nossa jornada não só de estudo mas para mim também uma jornada extra de esforço, em que meus medos, meus receios motivados ao meu coma, não podem se manifestar, principalmente para que ela se sinta segura ao meu lado.
Estava comentando com ela mesmo a respeito do que é uma síndrome do Pânico, e explicando o meu esforço duplo para me manter firme, na trilha, sem deixar o carro escapar, para que ela possa estar confiante no motorista, e ela com sua sabedoria, me levantava o astral, me colocava para cima, não deixando a manifestação deste medo que me acompanha desde que saí do meu coma.
Palavras de muita sabedoria de uma mulher que mede um metro e cinquenta e oito centímetros, mas que se agiganta ao falar, e de muita força para quem precisa se apoiar a alguém para andar nessas horríveis calçadas Portenhas.
E agora, defronte minha mala, começo colocando minha calça, mas além de minha calça coloco também na bagagem um alívio por ter vencido, um desafogo por ter conseguido conduzir minha mãe na capital Argentina.
É como se o esforço fosse compensado, ao olhar para trás e ver aquele menino apavorado, e agora com rosto aliviado, com a sensação de dever cumprido, e seu diploma, não de Doutorado, mas seu diploma da vida lhe fosse entregue, sem mácula, completamente atualizado, sem mesmo tendo seus caracteres esmaecidos pelo tempo.
Foram metade de um mês que passou sem que me desse conta da tamanha responsabilidade que assumi, e agora que tudo já passou, que meus desafios finais estão restritos a pegar um táxi e dirigir-me ao Aeroporto, fazer o embarque para São Paulo, meus ombros se tornaram uma tonelada mais leve.
Assim, vendo esse breve período, com olhos de apenas um observador, venci, e essa vitória está relacionado diretamente à fortaleza que se chama Mãe.
Meus agradecimentos ao meu Pai, que permitiu ficar na ausência de sua esposa para acompanhar-me nessa viagem, a minhas irmãs, que também como eu, frágeis também necessitam da presença dessa mulher e tiveram o altruísmo de destituir-lhe dos afazeres para que pudesse ficar comigo, também meu muito obrigado.
Meu muito obrigado, minha Mãe, pela disponibilidade de estar com seu filho mais velho de idade, mas que nesses quinze dias se tornou mais um garotinho em suas mãos.
Assim sendo, Prazer em Recebê-los, Prazer em Tê-la comigo minha Mãe.
(Clóvis Cortez de Almeida)

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Será que Bater um bolo é assim?



Engraçado, como a mente nos prega uma peça nos fazendo esquecer de certos detalhes de nossa vida, e daí, com uma pequena conversa com nossos pais, e tudo volta como se fosse ontem, como que acabara de acontecer.
Não faz tanto tempo assim, foi em 1968, pelo menos para mim parece que foi ontem, quando meu pai se inscreveu em um curso da igreja católica, pelo nome de Cursilho e foi lá fazer. Foi um período de 3 dias, uma sexta, um sábado e um domingo, culminando para que seu retorno fosse cheio de festas, com muitos cursilhistas em casa dando-lhe boas vindas.
Logo em seguida, minha mãe foi fazer também o Cursilho, e teríamos, eu e minha irmã que ficar sem a mamãe por longos três dias, uma sexta, um sábado e um domingo.
Meu pai, na sexta tudo bem, convencendo a mim e a minha irmã, naquela época a única irmã Sandra, que era a caçulinha de casa, a ficarmos sem muito choro, sem muito “Eu quero minha mãe”, e com um pouco de habilidade ia nos convencendo de que mamãe voltaria logo.
No sábado para nos entreter, fomos levados a uma espécie de supermercado, onde se vendia também eletrodomésticos e lá fomos comprar um “presente” para minha mãe.
Já estávamos começando a ficar com Saudades da Mãe, pessoa da qual nunca ficamos tanto tempo assim separados, e meu pai, com a psicologia que ele tem, e ainda não sabia, nos convidou para dormir, e que no dia seguinte faríamos algo especial para nossa Mãe, que segundo ele chegaria de uma forma muito especial, de um lugar muito especial, e com um coração também muito carregado de amor para nós.
Pois bem, colocamos nosso pijaminha e fomos para cama ao som de “Está na hora de dormir, não espere mamãe mandar, um bom sono para você e um alegre despertar”.
É um jingle que foi lançado na época que estava como se diz hoje, pronto para “bombar” na mídia da época, uma televisão em preto e branco, com 3 canais para assistir, Tv Tupy, Tv Excelcior e Tv Cultura.
Como a Cultura não continha Comerciais, então sobrava para nós ver o desenho nas outras Tv's privadas, e dava 21:00h em ponto e o comercial veiculava e nossos pais, só com um olhar nos mandava para cama, coisa que fazíamos por respeito à autoridade paternal.
No dia seguinte, tomamos nosso café, também embalados em outro comercial que também iniciava no rol das propagandas que deram certo, e ela dizia mais ou menos assim: “Depois de um sonho bom, a gente levanta, toma aquele banho, escova os dentinhos. Na hora de tomar café, é o café Seleto, que a mamãe prepara, com todo o carinho...”; e assim o jingle ia dando nossos passos por mais um dia.
Não preciso dizer que os “reclames” ou comerciais da época nos ensinaram muito, desde a hora de levantar até a hora de deitar, éramos embalados com essas propagandas educacionais.
O dia se passou e meu pai com a surpresa que faríamos a minha mãe, que chegaria aquela noite do tal Cursilho.
Meu pai, então nos levou a cozinha da nossa casa e pegou um livro de receita da minha mãe, e falou que iríamos fazer um bolo.
Era uma glória ver meu pai na cozinha, com seus filhos, fazendo uma coisa que na época era tipicamente da dona de casa, mas que iria servir para entreter a nós.
Começou com a farinha, os ovos e a cada ingrediente colocado e que iria ser batido na tigela, meu pai simulava uma força maior, porque a massa estava ficando cada vez mais espessa, e com isso precisaria de uma forma especial para bater o bolo.
Meu pai, sempre com bom humor, começou subindo na cadeira, tirou a camisa, e com um avental que tampava um pouco seu umbigo, iria simulando uma força descomunal.
Subiu na mesa, fazia caretas, e eu e minha irmã Sandra, ríamos e participávamos daquela que para nós era uma verdade, não uma simulação.
Foi uma diversão só. Minha Mãe, prestes a voltar para casa, e nós lá fabricando o bolo, que até então prometia ficar muito gostoso, e não é que ficou mesmo?
Ao chegar, minha Mãe encontrou a casa cheia de bexigas, ou balões como queiram, confetes e um monte de cartazes que dizia que ela estava sendo aceita naquele núcleo familiar agora cheio de religiosidade e também de muito amor de seus filhos.
E lá chegou minha Mãe, e mal ela foi chegando, nós que havíamos escondido o presente que iríamos dar a ela, retiramos do Armário do Corredor da casa, o pacote que meu pai havia comprado.
Ela abriu o presente. Era uma Batedeira de Bolos.
Assim, Prazer em Recebê-los.
(Clóvis Cortez de Almeida)

Teoria da Conspiração.



Nada melhor do que um ano eleitoral para falar de teorias, principalmente as da conspiração. Senão vejamos. Candidatos se colocam maquiados, rejuvenescidos de um porte quase que imperial, vindo humildemente pedir o seu voto. O que vou falar aqui trata-se de um texto de minha autoria. Portanto não adianta culpar o governo.

Hô Doutô, venho na humildade pedir seu voto. Sabe o q que é Doutô, é que nóis tem pra prefeitura ou para vereadorismo, umas propostas de arrepiá.
Vamos construi creche, mais sigurança para o povo, mais educação pros di menor qui tiver na cidade. Vamo também promovê altas discussssões (sobro um pouco de SSS, más é milhor sobra do que farta, serto?) nas prefeitura.
Nóis aqui Doutô, nunca robemos ninguém. Vamos promovê a integridadi daquela que qué i trabalhá, mas mora muito longe. Vamo dá passagem de gratis pros trabaiador do nosso querido Estados Unidos , corrige ai seu FDP. do nosso Brazil.
Temo que construi 30 biblioteca nas cidade, porque já não se usa memos livros intão biblioteca vai faze o maió, disse maió sussssesso. Já falei que tem esse demais nesta P. Meu palavriado Doutô, não é daselite. É do povo. Desse povo sofrido que ganha o pão que o diabo amassssou, e num tem santo que guente depois a cachassa que vai tomá.
Puis é Doutô, tô te pedindo na humirdade Doutô, seu precioso voto. Até que enfim escreveu precioso direito não é seu FDP incompetente? Seupresioso (agora gostei mais) voto valerá mais um cantinho na Creche Jesuis está chamando. É o bolinho do Zé da padaria? Não sei como conceguiria vive cem ele.
É Doutô, vivê memo porque, porque agora é nóiiissss Doutô. Vamo lá com a bandera do Brazil com foice e martelo invadi toda propriedade privada (porque tá uma M mesmo). Vamo da trabaio para os que querer trabaiá, proque aquele que não querer, nóis da vale Alimentação (se viu que xique?), vale transporte que é para o cabra pegá aquele ombus lotado até o capot (será que é assim mesmo, a minha limusine está sempre vazia).
Se não qué trabaiá, vai faze um pouco de fio, não fio é você seu FDP, filho, daí nóis vai dá vale camizinha. E se a camizinha furá nois da vale família, já que nasceu mais um infiliz, que venha de uma quenga bem porreta, daquelas cujos peito atinja os joelhos (escreveu serto).
E se a quenga não tiver peito? dái nois da vale leite, e para esquentá as mamadeira nóis da vale gaz. Também seu Doutô, se o gaz acabá, nóis da vale enegia eletrica. Vamo dá até apartamento em nome da muié, pois o que a constituição fala de ser igual o homen e a muié é tudinho mentira.
Assim fica nas mão das muié. Legal isso não é Doutô? Se ela quizé se separá o apartamento ficará para ela, isso se ela não fazê cuntrato de gaveta e vendê por uma pedra de craqui. Pois é doutô, seu voto é muito importante para eu. Mandaram falar eu, porque mim não leva a nadou. Mim Tarzã e iu Jani. Por falar em Mim Tarzâ (não sei se é com Tiu o com Chapeuzinho)e iu Jani, se o pobri coitado quizé fumá um baseado, legal agente dá um vale drogado e diz que 10quilos de coca é para consumo.
Mas não se deixe levá não doutô, com 11kilos (agora já não sei se é com k ou com q, fica um de cada pra podê agradá a todos) ele vai lá na delegacia, junto com os direitos dos manos e o doutô delegado terá que pedi licença (na humildade doutô) e falá que na segunda vez ele que é apenas usuário será advertido.
Também doutô, a poliça tem que tê mais geito pra prendê, afinal de contas, por causa só de dois tiro no puliça da esquina, não merece ser prezo sem a presença do Doutô adevogado, daquele dos bom, mas bota bom nisso, para não fazerem injustiça com o CIDADÃO. Afinar de contas Doutô, o pobre coitado nem teve condição de estudá. Esse cara jamais doutô, vai consegui intender o que estou escrevinhando pro senhô? Pode maio injustiça do que essa?
Há pode sim, um trabaiador pra sustentá com um pouco de dignidade (viu como fiquei xiqui doutô?) tem que ganhá pouco mais que 600,00 conto. Intão vamos criá o vale presidiário, que não dará mais do que 980,00 conto pra sustentá a familia dele nesse mundo cão. E nóis doutô, como podemos vivê, disse vivê com apenas 15.000,00 quinze mil conto por mêis? Í nosso uisque importado? 15000,00 conto não dá nem a garrafada, quanto mais paga pra importá? E nossos carros doutô, que mais se parecem com carrossa? É por isso que temo que importá modelo do istrangero.
Mais agente manda só um pouco e purque? Purque vem a receita e come todo nosso çuado dinheirinho com uns imposto. Intão nós tem mais é que colocá na cueca porque lá em baixo, no botão de brincá, os home não vai por a mão não é doutô? Ou intão nos peito das muié, mas ai, já viu, já pensou que tenha um que queira fazer uma cariciazinha mais apurada, deixando o botão de brincá aceso?
Então doutô, peço na Humildade, me de seu voto. Garanto que o sinhô não terá mior açaltante do que mim.
Mim não fará creche nenhuma, nem pagará vale nenhum. Porque Mim doutô, mim não existe.
Apenas é uma forma de falar, desse jeito, com a voz do povo, para angariar mais um voto de um imbecil brasileiro como você, seu formado em Universidades, com Diplomas e mais diplomas. Depois das eleições, não me procure. Deixe que eu irei lhe procurar, usando os mesmos discursos, fazendo de voz mais um palhaço por mais 4 anos. E tenho dito.
Assina João Ladrão.
(Clóvis Cortez de Almeida)

segunda-feira, 22 de julho de 2013

E quanto o frio chega



Não é a toa que dizem que o frio nos desperta para algumas reflexões, alguns pensamentos que ficam nas paredes de nosso cérebro vem a tona, e com essas reflexões, se aproxima junto algumas atitudes das quais não estamos muito acostumados a ver, senão motivados.
O dia propriamente dito foi de sábado agora, mais precisamente dia vinte de julho de dois mil e treze, data em que estamos em um curso de Doutorado em Direito.
Eram mais ou menos cinco e quarenta da manhã quando acordei, olhei pela janela e vi que não havia ainda clareado, coisa que é costume em nosso país natal, mas que pelo sul do continente sulista da América Latina, isso não acontece.
Aqui costuma a amanhecer por volta de umas oito e meia da manhã nessa época, e escurece lá pelas cinco e vinte mais ou menos.
Com quase uma semana de curso, todos falavam do frio que estava assolando a cidade de Buenos Aires, mas que para meu padrão de conforto ambiental, não era nada tão diferente assim da capital Paulista, coisa de seus vinte e dois graus, mas com a agravante de que vinha do sul, um vento polar.
Esse vento polar tomava conta das ruas da capital Argentina, mas não me afetava, simplesmente brincava com os colegas de sala que eu pagaria para ver o frio Argentino.
Com toucas, cachecóis, luvas, calças por baixo, as colegas que vieram de mais ao norte do país, já estavam se queixando da geleira que estava fazendo, mas como falei, nada que um bom chocolate quente, ou um chá não retirasse aquela sensação de inverno.
Costumamos a brincar com principalmente as colegas mulheres, se elas estariam preparadas para ir para o polo Sul, pois lá sim, o frio seria de matar.
Ríamos, brincávamos mas não nos dávamos conta de que uma frente fria chegaria em pouco tempo, trazendo com ela o famoso Vento Polar, e isso iria fazer a grande diferença entre um pequenino frio, e um verdadeiro frio, da qual estávamos apostando que não iríamos encarar.
Pois bem, o frio foi chegando aos poucos na cidade, e num piscar de olhos ele já estava invadindo nossa pele, veio para ficar.
E não só para ficar, com diz o mineiro, mas para se instalar com toda a força, e esse “trem” gelado, não teria para onde ir porque esse “trem” não pega a “coisa”, essa “coisa” que passeia entre as estações.
Para não ficar preso no apartamento, fomos dar um passeio na cidade no sábado e não tinha como ficar alheio as condições sociais de um país rico culturalmente, e pobre socialmente.
É um contraste gigantesco esse país que com uma economia à beira da falência, com uma inflação enorme, políticos corruptos, e as mães da praça de Maio clamando por justiça, vive numa arrogância enorme, principalmente com um país que está alimentando seus compatriotas, pois se não é o dinheiro brasileiro o povo já estaria mendigando, mas essa soberba não lhes desce ao solo.
Foi um passeio até que bonito, ver a Casa Rosada, palácio presidencial, local dos Ministros, mesas de Madeira Brasileira, fotos de muitos personagens políticos locais e estrangeiros também, colocados em verdadeiro destaque nas paredes desse palácio.
Depois dessa visita, um caminhar na cidade com o vento frio, chamado de Vento Polar, entrava nos pulmões de nós que não estamos acostumados, começamos a reparar um pouco mais no povo.
Esse povo, que vive nas ruas, que não tem onde morar, como em qualquer lugar do mundo, vivem nas calçadas, com pequenos barracos de papelão, deitados a um solo gélido e um único e pequeno cobertor para cobrir-lhes ora as pernas, ora o rosto.
Numa destas casinhas de papelão, podia se ouvir o choro de uma criança, um bebê de seus três ou quatro semanas, uma mulher de seios de fora para dar leite a essa criança e um pai ao lado daqueles dois pobre coitados.
Não parecia uma família completamente desinformada, apenas a sorte não lhes proporcionara uma condição social diferente, ou que havia lhes dado uma rasteira retirando seus pertences, seus bens materiais, e mais do que isso, sua dignidade.
Como em qualquer lugar do mundo, ao se comparar pessoas nessas condições, vamos ver as mesmas histórias, as mesmas versões para o que para elas a vida lhes ensinou, ou tenta lhes ensinar.
São pessoas comum, sem privacidade de um banho, sem privacidade de um banheiro, sem a privacidade de um quarto, sem a privacidade de um colchão, sem a privacidade de uma roupa decente.
Um pensamento me passou na cabeça, onde andaria a mente dessas pessoas, porque lá, no local onde estavam, não havia pensamento algum, senão de sobreviver por mais um dia.
Sei de que passamos por histórias parecidíssimas, onde os indigitados moradores vivem uma história exatamente igual, só mudando o número na calçada por onde fazem seus barracos, mas a reflexão da qual falei veio como um carro de fórmula um em plena reta, rasgando a tudo e deixando um grande vácuo no que vem atrás.
Muitas pessoas morrem nesse período, muitas pessoas adoecem nesse tempo de frio, e o que nós fazemos por essas pessoas se elas mesmos não querem sair do local onde estão?
Parece-me uma questão ao olhar para nós, agasalhados, com roupas apropriadas para o frio até mais intenso, e esse pessoal literalmente com sua pele para protegê-lo do frio.
Não gostaria aqui deixar de escrever por não saber o que colocar no papel, mas faltam-me palavras para combater a uma amostra tão visível para todos.
Sigo meu estudo, cada vez mais desejo estudar, tentar compreender o que se passa com a humanidade cujo crime que põe uma pessoa atras das grades é falta de pagamento de uma pensão alimentar, ou então por maltratar um animal.
E esses pobres mortais, será que estão abaixo de um animal, ao receber tantos maus tratos, tanta indiferença política.
Por essa e por outras é que não posso hoje vos dizer – Prazer em Recebê-los, mas sim, um Desprazer em Escrever.
(Clóvis Cortez de Almeida)

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Como Construir sua própria Bomba Atômica - Manual dos Construtores Domésticos


Considerações preliminares

Como tudo o que é bom, a construção de uma bomba atômica, por mais poderosa que ela seja, também deve se iniciar pelas preliminares. Você sabe muito bem que se partir logo para os finalmentes a sua parceira (ou parceiro, conforme a sua preferência) pode sentir-se um pouco frustrada(o).

Por que construir a sua própria bomba atômica?
As razões são muitas e apresentamos, apenas, algumas delas.

Nestes tempos difíceis, de muita violência, você deve aprender a se defender. Os menos imaginosos, os medíocres, compram revólver, pistola, espingarda, fuzis AK45, 47, granadas e metralhadoras. Coisas de amadores, mesmo porque qualquer pessoa pode adquiri-los com a maior facilidade no mercado negro. Nos outros mercados, os mercados branco, cinza e "technicolor" pode ser um pouco mais caro, mas também é possível comprá-los desde que se tenha bons agentes de intermediação. Tudo fácil de mais.

Se você tem competência para realizar algo com a suas próprias mãos, por que não fazê-lo? Use o seu engenho, arte e imaginação para construir um artefato poderoso e com mil e uma utilidades.

Ao fazer a sua própria bomba atômica, você estará contribuindo para a paz mundial, pois o seu poder de dissuasão irá aumentar significativamente. Pelo menos isso é o que dizem os donos dos grandes arsenais nucleares.

A bomba não é para ser usada. Ela é apenas um enfeite, um artifício, um acessório decorativo, persuasivo e dissuasivo de grande poder. A bomba não deve jamais ser usada, a menos que o seu uso se torne imperativo diante de um inimigo metido a besta que, evidentemente, ainda não tenha construído a sua, a dele, própria bomba.

Se o inimigo já tiver construído a bomba dele, aí as coisas ficam um pouco dificultosas, porque se a bomba dele for maior que a sua, você pode se ferrar.

Como saber quem tem a maior? É fácil. Você se lembra do seu tempo de menino(a)? Pois é. Faz do mesmo jeito, uai!. Mostre a sua peça e peça pra ele(a) mostrar a dele(a). Essa estratégia sempre funciona.

Depois que você tiver construído a sua bomba, peça a inscrição no clube dos matadores atômicos onde já se encontram: Israel, EUA, Índia, Paquistão, Reino Unido, França e Rússia.

Agora que está plena e satisfatoriamente demonstrado que você também deve possuir a sua própria bomba atômica, mãos à obra.

Primeiros passos
A primeira coisa é obter a matéria prima. Recomenda-se o urânio 235. O urânio 238 deve ser evitado, pois apesar de possuir apenas 3 graus de diferença na escala, ele costuma dar chabu. (Já pensou, na hora H, você esperando um sonoro KABUUUMMM! e vem apenas um fraco, e geralmente fedido, puf?)

Dê preferência ao urânio enriquecido, mas antes procure saber como ele enriqueceu. Se o enriquecimento dele ocorreu nos anos em que ele esteve em Brasília ou ocupando cargos no governo, mude de fornecedor, pois trata-se de enriquecimento ilícito. É urânio desonesto, muito embora goze de grande prestígio nos meios políticos e sociais.

Pegue 100 kg de urânio 235 e divida em duas porções iguais. Coloque cada uma das porções em um cilindro de metal, tampe e reserve.

Use um pincel, atômico, evidentemente, para identificar cada um dos cilindros. Em um deles escreva "MASSA SUBCRÍTICA" e no outro escreva "MASSA CRÍTICA".

A partir desse momento, evite, a qualquer custo, a contaminação entre os dois cilindros. As partículas da massa subcrítica somente devem encontrar as partículas da massa crítica no momento da explosão, depois de acionado o mecanismo fusível. Tá certo, é um tabu que nem aquele do noivo que não deve ver o vestido da noiva antes do casamento, mas tradição é tradição e deve ser respeitada.

Em seguid....

O quê?!! Como e onde conseguir o urânio? Putz, tenho que dizer tudo, é?

[Sinais de impaciência e irritação. Pausa.]

Tá bem, vamos lá.

Onde adquirir a matéria prima
As melhores fontes para adquirir a matéria prima são (pela ordem de preferência):

ferro velho,
organizações terroristas,
centros de pesquisas e usinas nucleares.
Ferro velho. Com um pouco de paciência, pode-se conseguir bom material radioativo no ferro velho e os preços são muito convidativos. Confira com cuidado e veja se o material está muito gasto ou descorado. Verifique a textura, o sabor e a cor antes de fechar negócio.

Organizações terroristas sempre pedem muito dinheiro para liberar porções radioativas, mas dá pra fazer boas aquisições.

Centros de pesquisa e usinas nucleares são bons fornecedores, mas seja cauteloso porque os diretores e funcionários não gostam muito quando desaparecem grandes quantidades de urânio de lá. Eles ficam um pouco inquietos, sabe.

Se for usar material oriundo de centros de pesquisa, seja exigente. Alguns centros fazem pesquisa submetendo mosquitos e batatas à radiação, de modo que é preciso saber se o material radioativo está contaminado com larvas. Quanto mais contaminado com larvas, mais insetos nos resultados, quer dizer, mais incertos os resultados.

Agora que você já tem o urânio, vamos à segunda fase.

Segundos passos: o mecanismo de detonação
Preste muita atenção nesta parte. Um acidente pode ser fatal. Mantenha as faíscas sob controle absoluto.

O mecanismo de detonação é constituído de 100 kg de dinamite e mais o pavio. Em vez da dinamite, pode-se usar pólvora de bombas de São João, mas você vai precisar de 150 kg dessa pólvora.

Antes de perguntarem como obter a dinamite ou a pólvora: compre a dinamite em lojas especializadas em dinamite e a pólvora em lojas especializadas em pólvora. Satisfeitos?

Em seguida, coloque a dinamite ou a pólvora em um cilindro de metal, tampe e reserve.

Prepare o dispositivo fusível, também conhecido como pavio detonador. Alguns cientistas chamam o pavio detonador simplesmente de fusível e os ignorantes chamam o fusível de fuzil.

Pois bem, não use um fuzil, quer dizer, um pavio muito curto. Se pavio curto é ruim em gente, imagine numa bomba atômica.

O maior perigo num pavio pequeno é o lapso de tempo decorrido entre o momento de acender e a hora de a bomba explodir. Se o tempo for muito curto, não vai dar para você se afastar e ficar a uma distância segura do artefato. Geralmente um metro de pavio é um bom tamanho.

Como você bem sabe, todo o pavio que se preza tem duas extremidades. Coloque uma das extremidades do pavio no recipiente contendo a dinamite (ou a pólvora). Evite fumar charuto ou cachimbo durante essa operação. Cigarros são permitidos, desde que o maço contenha aquelas fotos de gente com câncer que o governo mandou botar pra ver se amedronta os fumantes.

Coloque os três cilindros – os dois de urânio e mais o de dinamite (ou de pólvora, conforme a sua preferência) – sobre uma superfície plana e prenda-os fortemente com fita durex. (Fique de olho na marca. Se não for durex, esqueça.)

Pronto: sua bomba está pronta para ser usada. Clique aqui para apreciar o Diagrama 01. À primeira vista, ele pode parecer meio esquisito, mas com o tempo você se acostuma.)

Onde guardar a sua bomba atômica
Guarde-a em casa num lugar accessível, porque, quando dela necessitar, você vai encontrá-la logo ali bem pertinho e à sua disposição. Vez por outra, faça uma inspeção pra ver se os cilindros estão vazando. Preste atenção, porque um nêutron descuidado aqui, um elétron displicente ali e todo seu trabalho vai por água abaixo.

Em alguns países, os donos de bombas nucleares fazem buracos no chão e lá enterram as suas bombas, igualmente os gatos depois de fazerem necessidades fisiológicas. É uma boa alternativa.

Normas de segurança
Muito embora o processo de fabricação seja absolutamente seguro e isento de maiores riscos, alguns cuidados devem ser tomados.

a) Lave sempre as mãos com água e sabão após manusear o urânio. Use a sua escova de dentes para remover o pó que insiste em se abrigar sob as unhas. Se quiser usar luvas de segurança, compre dessas de supermercados. São mais baratas.

b) Enquanto você coloca o urânio nos dois cilindros, pode acontecer de subir uma poeira radioativa resultante da desagregação do material. Ao ser aspirada em grandes quantidades e metabolizada, essa poeirinha pode, eventualmente, impedir o organismo de produzir as células vermelhas do sangue.

Se você não sabe, as células vermelhas servem para dar a cor de sangue ao sangue e a ausência delas faz com que ele adquira cores variadas e imprevisíveis. Mesmo considerando que as conseqüências sejam meramente estéticas, fica esquisito se você sair por aí, pegar uma bala perdida, sofrer um assalto e chegar no pronto socorro sangrando um sangue rosa-choque ou azul-da-prússia. Pega mal, pacas. O que vão pensar de você?

c) Para evitar a inalação da poeira radioativa a melhor forma de prevenir é prender a respiração durante o manuseio do urânio. Pode ser que, no começo, você fique meio arroxeado devido à falta de oxigênio nos pulmões, mas, com o tempo, você se acostuma.

d) Para evitar que grânulos de urânio se instalem no seu estômago, jamais manuseie urânio enquanto estiver de estômago vazio.

e) Se, após uma jornada de trabalho com o urânio, você se sentir um pouco sereno, tonto ou sonolento isso pode ser conseqüência da redução das células vermelhas do sangue. Para ter certeza, vá até um laboratório e mande fazer a contagem delas. Exija a contagem em todo o sangue e não apenas em uma amostra. É mais preciso. Se for constatada a redução, tome dois copos desses refrescos tipo framboesa, groselha ou morango às refeições durante dois ou três dias.

f) Evite ficar muito perto da bomba no momento da detonação. A temperatura pode chegar a 100 milhões de graus centígrados e isso pode provocar queimaduras. Se for absolutamente indispensável acompanhar o processo de detonação, use protetor solar.

Considerações finais
Avise os vizinhos e malfeitores que você está bem armado. De que adianta todo esse trabalho e investimento em alta tecnologia se ninguém souber que você tem a força?

Os vizinhos vão respeitar e temer: nada de roubar o limpador de pára-brisa do seu carro, nada de pedir duas cebolas emprestadas e não pagar. Prioridade no elevador e na entrega das correspondências, abatimento nas taxas de condomínio, prioridade nas ruas mesmo com o sinal vermelho são efeitos colaterais muito bem-vindos.

Tem mais: se o síndico ou o prefeito quiser mandar fazer uma inspeção pra saber se você guarda armas químicas em casa, destitua o síndico ou o prefeito. Nunca é demais lembrar que você tem a bomba e se você tem a bomba, tem a força!

Possuir a sua própria bomba só traz vantagem. Desvantagens? Nenhuma. Quem sabe até você ganha isenção no imposto de renda?

Mutações genéticas são bem vindas
Pessoas desinformadas insistem em dizer que armas nucleares não devem ser usadas porque elas podem produzir mutações genéticas. Isso é verdade. Pode ocorrer uma ou outra mutação genética, mas é necessário ver o lado positivo desses efeitos secundários e evitar paranóia de ongueiro.

O grande cientista inglês Charles Darwin (1809 - 1882) demonstrou cabalmente que as mutações genéticas são bem vindas e foi graças a elas que o homem se moldou à forma atual. O que há a temer? Humanos com duas cabeças? Todos estamos cansados de ouvir falar que duas cabeças pensam melhor que uma. Por que não dar essa chance à evolução?

Para exemplificar os perigos da fissão nuclear, menciona-se o desastre de Chernobyl, mas sabe quais as pessoas que correram mais depressa e conseguiram se safar do desastre? As de três pernas!

Há quem trate o assunto como uma piada de humor negro, mas o assunto é muito sério. A aquisição de três pernas é ou não uma mutação favorável à sobrevivência da espécie humana nesses novos tempos em que o homem, e a mulher, é claro devem aprender a viver em ambientes de elevada radioatividade?

Existem mais aspectos positivos. Nos esportes, por exemplo, dá pra imaginar as próximas olimpíadas e os novos recordes sendo batidos: 100 metros rasos em 5 segundos, depois em 4 segundos, na seguinte em 2 segundos...

A vida vai desaparecer da face da Terra?

Os pessimistas de plantão, os derrotistas de primeira hora, chegam dizer que a vida pode desaparecer da face da Terra em conseqüência de explosões nucleares provocadas pelo homem.

Isso é uma mentira deslavada.

Recentemente, cientistas descobriram indícios da ocorrência de formas primitivas de vida, de vermes, há 1,2 bilhão de anos. Portanto, mesmo que a espécie humana venha a sucumbir, outras espécies de vida melhor adaptadas ao novo meio deverão surgir. Em mais um ou dois bilhões de anos novas criaturas, certamente bem mais inteligentes que nós, estarão aptas a construir bombas muito mais poderosas que as de hoje. E o que são dois bilhões de anos diante da eternidade?

A radiação é prejudicial à saúde?
Uns medrosos falam que a radiação faz mal à saúde. São uns frouxos.

A verdade é que tudo além da medida pode ser prejudicial à saúde. A água, por exemplo, é essencial à vida, mas beba água de mais pra você ver o que acontece. Se água de mais fosse boa pra saúde ninguém morria afogado, concorda?

Conclusão
Não perca tempo!

Inicie hoje mesmo a construção da sua bomba atômica e seja feliz com os seus descendentes de três pernas e duas cabeças. Talvez eles não sejam exatamente uma gracinha conforme padrões já superados, mas estarão bem mais aptos a sobrevirem na nova era nuclear.
Assim sendo, Prazer em Recebê-los.
Não conheço a autoria e também não me responsabilizo pelo que possa acontecer.
(Clóvis Cortez de Almeida)

terça-feira, 16 de julho de 2013

E Foi por Água


 
É muito interessante quando paramos para refletir sobre um único, específico assunto.

Já não é de agora que meu ritual da manhã vem sendo levantar, fazer minha higiene corporal, me aprontar, tomar meu café, e depois de fechar as portas da sala, vou até o meu Sanctun Sanctorum com minha esposa e fazemos nossas orações.

É como se esse ritual nos fortalecesse para mais um dia, mais uma jornada neste Tempo de Deus, tentando nos proteger da auguras da vida, das armadilhas por ela firmada, que não nos são conhecidas, mas que aparecem assim de repente.

Hoje não foi diferente, após o rosto lavado, fui tomar um gostoso café da manhã com a esposa, fomos até a sala, fechamos todas as portas e nos dirigimos ao nosso Santuário.

Como todo Ritual, nos compenetramos na cerimônia que iriamos realizar, neste dia 02 de Janeiro de 2013.

Era como se fosse um novo Ritual, de uma Vida que se iniciava naquele instante, um novo trabalho a começar, uma nova promessa de vida, um novo laser, um novo abraço, enfim, um novo começo para nós.

Como já cheguei a escrever no meu livro, não quero aqui influenciar ninguém a fazer o que faço, e saberei respeitar todas as opiniões contrárias e a favor de meus pensamentos, porque sou Livre e de Bons Costumes, e assim sendo, devo respeitar a premissa maior que é Respeite o Próximo se desejas ser Respeitado.

Posicionei-me diante do Altar e fomos efetuar o tão esperado ritual do nosso início do Dia, rogando aos Céus que todos, sem exceção, recebam as bênçãos Divinas para que possam com essas bênçãos enfrentar o dia de hoje.

Como todo Ritual tem sua sequência a ser feita, começamos com o Salmo 6 da Bíblia Sagrada.

É nesse Salmo em seu versículo 5 que diz “Porque na morte não há lembrança de Ti; no sepulcro quem Te louvará?” é que me deparei fazendo algo que faço de melhor, as vezes tardia, mas de melhor, a Arte Real, ou a Arte de Pensar.

Paramos para analisar palavra a palavra o que dizia o Versículo 5 do Salmo 6, que lemos todos os dias, repetidamente, só que agora com a reflexão que deveria já ter feito a mais tempo.

Recorremos aos nossos conhecimentos de diversas Religiões, Seitas, e conhecimentos abstratos de outras intervenções Religiosas, para daí tirarmos nossa única conclusão, mas não a definitiva.

O que diria um Evangélico ao ler esse Salmo? E o Católico, o Espírita, o Candomblezeiro, o Muçulmano, e o Confucionista? E assim começamos a divagação no pequeno, mas intrigante Versículo do Livro Sagrado para uma parte da População Mundial.

Para todos, menos ao Espírita, o Salmo exemplifica que na Morte física, Deus deixará de ter alguém que O louve, alguém que vá fazer os rituais de Oração, de Meditação.

“Porque na Morte não há lembrança de Ti...”.

Então me veio à mente a Doutrina Espírita, onde há Reencarnação, mas não se fala de Morte.

Essa contradição não me sai da cabeça, e já fui buscar em todos os Livros Espíritas mencionados pela Federação Espírita Brasileira, ou Federação Espírita do Estado de São Paulo, mas ainda não encontrei a resposta desta contradição.

No Espiritismo, é enfático em afirmar que não há Morte, mas sim uma passagem para uma nova vida, em corpo novo, mas uma nova chance de acabar com as maldades que o corpo velho produziu aqui na Terra e construir Bondades com o novo corpo, passando pelo Rio do Esquecimento.

Se é tão enfático assim, como fica essa afirmação, que para os Católicos, Protestantes, que seguem a Bíblia Sagrada como norte de sua consciência?

“No sepulcro, quem Te louvará?”

Mais uma afirmação que leva por água a baixo a Doutrina Espírita.

Não é de minha vontade colocar aqui, que Religião A ou B ou C estão certas em suas afirmações, nem desejo que você leitor possa comungar comigo de minhas atitudes, gestos ou mesmo de meus Rituais, pois isso é pessoal, único, ímpar a minha pessoa.

Fazer o leitor abrir os olhos, refletir com muita seriedade e com muito respeito a todas as Religiões é o objetivo maior deste que aprendeu a escrever, ou melhor, está aprendendo a escrever com o dia a dia, com as observações que faz em seu cotidiano.

E dessa forma, deixo aqui a você leitor, um pouquinho das observações que vimos fazendo ao longo de nossa jornada, para que você não deixe sua religião, mas sim a observe com olhos críticos, porém justos de tudo o que você lê, escreve, ou absorve através de sua audição, tato, paladar e olfato.

Que a Quintessência possa reinar em seus pensamentos, deixando-o cada vez mais livres, porém mais próximos ao Seu Criador.

Assim sendo, deixo aqui o Fraternal Abraço e um grande Prazer em Recebê-los.

(Clóvis Cortez de Almeida)

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O óbvio aconteceu



Tem certas vezes em que não pensamos duas vezes para fazer alguma coisa e então acontece algo que não estava previsto nem tampouco seria possível prever e isso é muito bom.

Me lembro quando já na minha fase de infância vivia montando e desmontando os aparelhos eletroeletrônicos de casa, só para ver como funcionavam e como eram rigorosamente feitos, então vivia com uma chave de fendas, uma fita isolante, um multímetro, uma chave phillips, um alicate de corte e um de bico em minhas mãos.

Já era por volta das treze horas quando meus pais falaram que iriam até o centro da cidade de Guaratinguetá onde morávamos, e voltariam dentre duas a duas horas e meia mais tarde.

Era mais um dia de glória para um adolescente curioso como eu, afinal de contas não precisaria cuidar das minhas irmãs e teria a casa todinha para mim, poderia mexer no que bem quisesse, a eletricidade que me esperasse.

Não perdi tempo, fui logo ao quartinho da bagunça de casa, quarto esse que ficava junto a garagem da casa, e lá já fui assaltando um rolo de fio tamanho 14, totalmente descascado como mandava um manual que tinha visto em um livro, uma madeira para se fazer uma base, um prego, uma lâmina de aço e por final um carretel de linhas, desse tipo madeira, coisa antiga.

Fiz conforme mandava o livro, e então a base pronta, só faltava agora enrolar a fiação de acordo com a figura e estaria pronta a mais nova campainha que alguém poderia ver.

Com o fio descascado fiz o enrolado no carretel, aprontei a tomada de 220 Volts, um interruptor e vamos ligar, afinal de contas estava sendo construída por um quase profissional.

Com a tomada nas mãos, aproximei-me da tomada da casa, e vagarosamente fui introduzindo então o pino macho na tomada fêmea.

A expectativa era o essencial elemento para poder ouvir aquela campainha do tipo cigarra que havia construído, com o maior esmero do mundo, e lógico sem a permissão de meus pais.

Coloquei tudo na tomada, e...

Acionei o interruptor e o maior som de uma cigarra foi ecoando naquela garagem, invadindo pela casa o mais puro argumento auditivo quando o óbvio aconteceu.

O cheiro de que algo estava em curto era também invadido em minhas narinas, juntamente com a fumaça branca que rapidamente invadiu garagem, cozinha, enfim a casa no seu todo.

O carretel ficou com a aparência de uma uva passa, todinho enrugado e preto pelo curto-circuito, a lâmina de aço presa na cabeça do prego, e o fio, há! O fio.....

Esse começou a entrar em uma erupção não programada, avermelhou-se como nunca havia visto, um curto provocado, e provocado pelas pequenas mas assustadoras explosões nos fusíveis de casa.

Assim que isso aconteceu, advinha que chegou para o café? Meus Pais.

O couro comeu.

Então com o bumbum doendo,

Prazer em Recebê-los.