Para aqueles de idade um
pouco mais adiantada, vai lembrar-se de um locutor que tínhamos em nossa TV Excelsior
(antiga canal 7) de São Paulo, mas para aqueles que nasceram mais tarde, vão
ficar boiando, mas vamos explicar.
Tratava-se de Flávio
Cavalcante, que para anunciar os “reclames” ou conhecidos como “propagandas”,
falava o microfone esta que ficou eternizado em sua voz.
Mas este instante Maestro
poderíamos hoje traduzir para muitas coisas, mas muitas mesmo.
Se olharmos com olhos
críticos nossa situação hoje, no geral, vamos observar que não é bem como se apresenta,
talvez que o rombo seja maior do que o anunciado, ou que a realidade está bem
distante do filme que nos apresentam nas telas da TV.
Já vem de muito tempo, e
isso não é um privilégio apenas deste governo, mas ao longo de nossa história,
já participamos da mesma embarcação, com algumas modificações, mas a embarcação
em suma, é ainda a mesma.
Senão vejamos, a
corrupção que não pertence ao momento que estamos vivendo, mas que se iniciou
em 1.500, na descoberta do Brasil, conforme contam nossas histórias, quando
Pedro Álvares Cabral, ao partir novamente à Portugal, levou daqui uma
verdadeira fortuna, e entregando ao Rei, somente algumas quinquilharias, o
resto era seu “bônus” por ter navegado a tão distante terra.
Em todos os países que
lemos a história de Descobrimento, vemos que o povo que o descobriu,
colonizava-o, construindo uma Igreja, uma Cadeia e uma Escola.
A Igreja para alentar o
coração daqueles que deixaram sua terra natal para longe ir viver; a Cadeia para
conter os abusos de alguns baderneiros que se aproveitavam de alguns fracos
para subtrair-lhes os pertences, e a Escola.
Esta por final, para que
os filhos daqueles imigrantes pudessem ter uma adequada escolaridade, pudessem
estudar para contribuir com o progresso do País que estava nascendo.
Isso é lido na história
dos Estados Unidos, Canadá, mas o que vemos aqui no Brasil, esse lado foi um
pouco diferenciado pelo desbravamento do povo Português, que ao invés de
colonizar nova terra para que esta fosse uma Extensão de Portugal, preferiram
avançar em todas suas riquezas para dar a Coroa Portuguesa, mas não só a Coroa,
mas também aos bolsos do povo Português.
Foi um tal de matar a
galinha dos ovos de ouro, que ao invés de preservar para que esses ovos
continuassem sendo botados, passaram uma faca no seu ventre e retirar os ovos
que poderiam ser produzidos.
Com essa analogia
poderíamos bem trazer aos nossos tempos, pleno Século XXI, com os Povos fazendo
a Descoberta do Brasil e este matando a Galinha dos Ovos de Ouro.
Nunca na história deste
País viu-se tamanha corrupção, roubalheira, apropriações de terceiros em locais
e patrimônios nossos, de nós mesmos Brasileiros que lutamos para manter a
Galinha em Pé.
E o pior é saber que
estamos sendo enganados por quem depositamos no nosso Congresso, na Câmara dos
Deputados, no Palácio do Planalto, e agora que estão lá, nada podemos fazer
para retirá-los sem que nos machuquemos e muito.
Há um levante pela
internet dizendo ser a favor de um “impeachment” da Presidente da República, um
plebiscito para saber o que faremos com os corruptos que serão mais uma vez
avalizados por nós e que mais alguns anos estarão nos governando e até um “referendum”
para saber se o que eles fizeram se é ou não de nossa aprovação.
Tudo muito bonito, tudo
muito legal, mas uma experiência pequena de minha vida diz que nada disso vai
dar certo.
Quando elegemos pessoas a
nos representarem no governo, ali depositamos nossas esperanças para que eles
nos defendam das tentativas externas de nos governar, praticando um governo do
Povo e para o Povo.
Fico me lembrando do
livro “O Inferno” de Dante Alighieri, quando o homem chega à frente de um
portal, e ao levantar a cabeça aos Céus, depara-se com a inscrição: “Hó! tu
pobres mortais. Deixais aqui neste portal TODAS vossas Esperanças”.
Me dá então um calafrio
ao ver que não importa qual o partido que colocamos, quais os ideais deste
partido, mas se não suscitarmos em colocar pessoas certas, jamais teremos
resgatado nossas Esperanças.
Pessoas comprometidas com
o Bem estar de seus pares, construindo as Igrejas para que nossas almas sejam
fortalecidas, construindo também Cadeias para aqueles que se julgam mais
espertos que outros, e assim coibindo essa roubalheira, esse vandalismo, e por
último, mas o mais importante, que construam Escolas principalmente para nossos
jovens.
Escolas para que não
precisemos de Cadeias; Escolas para que possamos Analisar nossas Igrejas;
Escola para que instruídos, possamos construir um país melhor.
Na idade jovem de nosso
País, sei que tomamos tombos, que por muitas vezes somos rebeldes, mas que ao
longo do tempo, desejamos estar aprendendo a ter e dar uma vida digna para a
geração vindoura.
Somos um País do Futuro,
mas quando esse futuro chega. Hoje, amanhã, na semana que vem, que então seja
bem vindo, e que traga ao povo, esse povo trabalhador, esforçado, que tem um
bom coração, cuja miscigenação deu a ele uma cor, uma raça bem definida.
A cor do homem de muitas
cores, a raça das melhores raças do mundo, que é a mistura. Um bom coração,
para que não seja tão gélido que não possa chorar, mas que também não tão
emotivo que não possa estar sempre solícito.
Uma inteligência
inconfundível, e altamente preparada para os maiores milagres da vida, que é o
nosso próximo passo, por estar vivo, em um lugar confortável, com pessoas a sua
volta que pouco sofram ou pouco tenham as mazelas da vida, já é um verdadeiro
milagre.
Então, voltemos a Flávio
Cavalcante, que nos idos de 1968, por aí, chegava ao microfone, e antes de dar
a oportunidade ao próximo candidato, antes de que fosse anunciado alguma
mudança expressiva na programação daquela noite, olhava para a Câmera, retirava
os óculos, e com a mão que segurava os óculos, alta, firme, dizia:- “Um
Instante Maestro”, e a câmera ia aproximando seu zoom do rosto à mão do
locutor, e ao se deparar com os óculos, saia instantaneamente do ar, dando
entrada a um “reclame”.
Então, era nessa hora, em
que todo o estúdio se organizava, em que era varrido toda a sujeira do Estúdio,
colocado novas mesas, novas toalhas eram colocadas, novo prato era servido aos
convidados, e pelos breves momentos que se passavam, ao voltar a programação,
tudo estava novamente feito.
Era um novo governo no
palco, uma nova representação com artistas novos.
Será, e isso aqui é
apenas a minha modesta posição sobre o assunto, não é hora de dizermos em coro,
“Um Instante Maestro”?
Prazer em Recebê-los
(Clóvis Cortez de
Almeida)