Espírito
aventureiro é comigo mesmo. Não há tempo ruim, chuva, sol,
neblina, calor, frio que estou lá. Sempre na busca de trazer uma
imagem nova, conhecer pessoas lugares e assim por diante.
Conforme
já mencionei em outro conto meu, fui viajar. Um pulinho até
Portugal e de lá mais um pulinho pela Europa. Foram quase dezoito
mil quilômetros rodados de carro por todos os lugares que quase
nenhum turista andou.
Como
diria meu Irmão Neil Armstrong, dezoito mil quilômetros para mim,
um milhão de quilômetros para a humanidade.
Falo
isso porque não pagava nas estradas Européias nenhum pedágio, só
viajando pelas estradas vicinais, que se comparam com uma Castelo
Branco aqui no Brasil.
Passei
por diversos lugares estive em tantos outros, mas a curiosidade
começa na volta.
Viajando
pelo sul da Espanha, saí de Toledo em direção ao Estreito de
Gibraltar, e comecei achando bonito quando via umas mulheres na beira
da estrada muito bem vestidas, inclusive com idumentária chique,
sentadas em poltronas de alto conforto uma pequena bandeirola que
tremulava ao vento, lendo.
Olhando
melhor para as bandeiras colocadas ao lado direito da poltrona pude
reparar que havia ali três categorias de mulheres, as Verdes, as
Amarelas e as Vermelhas.
Não
tive dúvidas, virei para a esposa e falei que iria mexer com as
mulheres, já que lá na Espanha não conhecia ninguém.
Passei
por uma, buzinei, dei tchauzinho, fiz o maior estardalhaço para
chamar a atenção.
Ao
chegar em na Guarda e comentar com os primos da minha esposa, eles
não só cairam na gargalhada com o “burrinho” aqui, como
perguntaram se eu não tinha que pagar uma multa ao Sindicato da
Prostitutas Espanhola.
Fiquei
imaginem, de cara no chão, mas levei na brincadeira, porque o
“burrinho” aqui, não tinha pensado que aquelas mulheres seriam
prostitutas, porque estavam muito bem vestidas e lendo.
Me
chamou mais a atenção foi a leitura que elas estavam fazendo. Meus
primos então falaram que se a bandeirola estiver Verde, ela está
disponível, se Amarela, elas estariam na redondeza, para o cliente
então aguardá-la, e se Vermelha, não procure e nem buzine,
estariam “trabalhando”.
Com
a cara no chão, agora acho tudo isso um barato, mas na hora não
achei nem um pouco.
Bem,
mas voltando ao Estreito de Gibraltar, como coloquei, estiquei minha
cabeça para o alto e vi a África do outro lado, afinal são apenas
42 quilômetros que se separam entre o continente Europeu do
Continente Africano.
Mas
o mais curioso foi que chegando a Portugal pelo sul, entrando por
Beja, resolvi parar um pouco, abastecer o carro, tomar uma água.
Assim o fiz, abri a tampa de combustível, meti óleo disel no motor,
e fui fazer o pagamento.
Então
prestem atenção agora: Cheguei junto a loja de conveniência, e num
sonoro Bom Dia, cumprimentei a todos que lá se encontravam. Não
eram muitos, apenas 02 Portugueses e uma moça que atendia-os e
tomava conta do caixa das Bombas de Combustível.
Ao
proferir BOM DIA, os portugueses cumprimentaram e a atendente esboçou
um largo sorriso falando assim: Nossa Sotaque Brasileiro, quanta
saudades.
Eu
que não sou tímido nem nada, e quem comigo convive sabe disso, já
fui puxando assunto: O que você está fazendo aqui menina?
- “Não, eu era instrumentista de cirurgia, tirei umas férias de 15 dias e gostei do lugar e já não voltei mais”
- “Pois bem menina, de onde você é?” e ela me responde -”Sou de São Paulo, não bem São Paulo, mas numa cidade vizinha, sou de Guarulhos”.
- “Bem, falei, eu também sou de Guarulhos, estou na Avenida Dr Timóteo Penteado, onde tenho meu Escritório”.
- “Não diga, meu pai mora na Vila Galvão...”
- “Mas você falou que era instrumentadora, de que médico, afinal tenho muitos médicos amigos meus em Guarulhos”.
- “Não é bem de Guarulhos o médico que trabalhei, mas sim no Tatuapé”.
- “Conheço muito no Tatuapé”.
- “É um tal de Dr. César”.
- “ O Césinha, da moto? Fiz a instalação na Maçonaria dele”
- “Esse mesmo.....”
Bem
não precisa dizer que houve sessão de fotos, abraços e outras
coisas mais.
Era
uma felicidade só, imagine bem, estava a mais de uma braçada de
distância, braçada esta que atravessa o Oceano Atlântico, e paro
num posto de combustível e vou encontrar uma pessoa que era
instrumentadora do meu médico.
Fizemos
uma amizade muito legal. Esperem, já conto de quem se trata.
Cheguei
ao Brasil, e fui procurar então o Césinha, e fui logo falando:
“Nunca faça nada de errado, porque eu sei seguir seus passos”.
Caimos
na gargalhada, passei fotos dela para ele, ele fêz muitos elogios à
pessoa dela, e deixei o Doutor César e fui para casa.
Essa
menina de quem falo é a “Andreia Rizzo”. Uma querida amiga
Física que se tornou também em amiga Virtual nas Redes Sociais.
Viu?
Sempre tenha certeza do que está fazendo, pois sempre terá um
Clóvis para seguir seus passos.
Então:
Prazer em Recebê-los.