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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O que ganhei do Papai Noel


O ano inteiro passei me perguntando o que gostaria de ganhar no Natal de dois mil e treze e logo em janeiro minhas idéias ainda eram muito confusas, acabara de passar o natal de dois mil e doze.
É interessante quando pensamos em futuro, muita gente diz que somos sonhadores ou até mesmo visionários, justo em uma época em que ser visionário é normal, que não tem nada de futurista num mundo onde o futuro é aqui e agora.
Em pleno carnaval e eu ainda pensava o que ganharia de Papai Noel no ano de dois mil e treze, mas estava longe demais, teria muito tempo ainda para pensar, ou melhor dizendo, muito tempo para realizar o que haveria de pensar.
Comecei então a bolar determinados planos com uma gravata nova talvez, ou com aquela meia branca, ou porque não com aquelas luvas que me cairiam tão bem.
Não poderia deixar-me furtar aquele sonho, que começa no dia seguinte ao Natal, e então já estava em pleno junho de dois mil e treze sem nada ter de espectativa do que ganhar.
Comecei-me a preocupar por não haver ainda pensado em nada, mas nada mesmo. Nada que não fosse um pouco material, um pouco afetivo, um pouco mais amoroso, mas nada me vinha a mente, e olhe que já era outubro de dois mil e treze.
Estava apenas cochilando quando me vi em dezembro e ainda não tinha me vindo a cabeça nada que me satisfizesse ou que me agradasse, mas por raios, tinha que haver alguma coisa, e daí comecei a perceber que o tempo passa rápido demais.
Os dias foram passando, as horas chegando e já estamos no dia vinte e quatro de dezembro de dois mil e treze e ainda não pedi nada ao bom velhinho.
O bom velhinho já está saturado de pedidos nessa época e por certo não irá aceitar o pedido de mais um cinquentão, de mais uma criança crescida que não tem o que fazer, e que olha para os céus todos os dias, na esperança de vê-lo em seu trenó com suas renas.
•Rudolph, •Dasher, •Dancer; •Prancer; •Vixen; •Comet; •Cupid; •Donner • Blitzen.
Ou em português:
•Rodolfo; •Corredora; •Dançarina; •Empinadora; •Raposa; •Cometa; •Cupido; •Trovão;  •Relâmpago.
Como eu tenho uma boa inveja dessas corredoras, que percorrem o mundo, em segundos, distribuindo sonhos àqueles que acreditam.
O mundo é percorrido em segundos e eu levei o ano inteiro achando que poderia deixar para um pouco mais tarde pensar o que gostaria de ganhar no Natal.
São tantos presentes, são tantas coisas que me pego espreitando nos cantos de minha memória, mas nada que me venha à tona de estalo, mas que estalo se tive desde o dia seguinte de Natal do ano passado.
Incoerência? Sim, mas nada de anormal.
A noite chega, e então vamos às festas. Terá defronte à árvore um monte de presentes, presentes para as crianças e adultos que como eu, ficaram sonhando com o Natal deste ano.
As luzes se apagam, e como de costume familiar, nos rodeamos na mesa, com farta alimentação, e começamos a fazer nossas orações, como de costume, como uma tradição familiar.
Nessa oração, começo então a exercitar meus pensamentos e vejo que tudo o que eu queria de Natal acabara de ganhar naquele momento, naquele instante.
Meus sogros, meus cunhados e suas famílias, a minha diminuta família ante a Consuada Portuguesa, depois diante de uma nova mesa na casa de uma amiga-irmã que tenho, novamente nos abraçando, e por último na Meia-noite desta noite, rodeando a terceira mesa, com meus pais, cunhado e família, sobrinhos e irmãs, em uma uníssona oração festejando mais um Natal, mais um ciclo em nossas vidas.
Talvez queiram aqui me corrigir, falando sobre o nascimento de N.S. Jesus Cristo, mas vou um pouco mais além. Sim além do nascimento físico mas sim o nascimento Espiritural que Êle se faz presente em nossas vidas.
Vejo por sobre meus ombros crianças abrindo seus brinquedos, adultos festejando, mil fogos de artifícios nos céus, e então me pego à lembrança do que eu queria no Natal de dois mil e treze.
Uma casa repleta de Saúde, de Harmonia, de Amizade, de Amor e carinho, povoando mais do que uma varanda, mais do que uma casa, mas sim povoando o coração da humanidade que assim festeja.
Então, vou até a ponta da casa, lá, olho para os céus e agradeço, fielmente agradeço por me dar mais este presente, mais essa condição de me sentir importante para Deus, já que havia sido atendido a todos os meus pedidos, sem ao menos fazê-lo.
Casas abençoadas, pessoas abençoadas, todas tocadas pelo amor, todas ligadas pelo elo mais forte da corrente mais forte, de um reino mais forte de um que tem sua coroa na cabeça, não para mostrar que é o Rei, mas sim para mostrar, que para tornar feliz a humanidade, às vezes necessitamos ser pregados na Cruz.
Na cruz do preconceitos e erros, na Cruz das terríveis manifestações de revolta, de rebeldia, de ódio que nos amordaça e nos faz cegos diante dos momentos que vivemos.
Então, agradeço aos Céus, pois minha Cruz esse ano foi pequena em comparação a qualquer outra Cruz, agradeço por ter colocado em meu caminho minha esposa e amiga, e todos as demais pessoas que entraram em minha vida.
Não consegui pensar no que gostaria de ganhar, mas por certo ganhei muito mais do que pensaria. A alegria de cada um ao redor da mesa, já vale mais um ano, que prometo pensar no que ganhar em dois mil e catorze.
Então vos digo,
Prazer em Recebê-los
Clóvis Cortez de Almeida
 

sábado, 14 de dezembro de 2013

A responsabilidade acima de tudo

“Tu serás eternamente responsável por tudo o que cativardes” (Antoine de Saint-Exupéry).
Essa frase me fez refletir muito sobre o assunto, afinal de contas, por muitas vezes somos colocados como ícones, ou como representantes, ou até mesmo como líderes, e será que estamos realmente preparados?
O homem filósofo nos deixou um legado, vasto por assim dizer, mas tão reflexivo que nos dá até um frio na espinha ao pensarmos da responsabilidade que temos um para com os outros.
A responsabilidade de conduzir uma pessoa, uma mente, em formação ou não, é tamanha que às vezes não nos damos conta do tamanho de sua objetividade, da tamanha forma de influência que temos sobre as pessoas, coisas, inocentes ou não, pensantes ou não.
Senão imaginemos um cão, um simples cão e o ensinemos a pular em nosso colo todos às vezes em que sentamos no sofá, e ele fica ensinado ou até mesmo condicionado a fazê-lo todas as vezes que nos vê no sofá sentado, e mal acabamos de praticar tal atitude e ele cão, vem sem nenhuma prudência a pular em nosso colo.
Trata-se de uma ação incondicionada, sem que o executor da ação, por influência de um ensinamento o faz, sem sequer ter o menor respeito se você está se vestindo com uma roupa clara ou escura, se suas patas irão te sujar de barro, ou se deixarão pelos em seu vestido.
É grande a responsabilidade, ou melhor dizendo, é maior ainda a responsabilidade quando se trata de seres pensantes, e de que sua opinião pode influenciar a mente.
Se essa mente está em formação, você poderá estar moldando uma pessoa, mas se essa mente já cresceu, já se formou você pela condição de líder, estará desviando o olhar para o seu foco, o seu objetivo.
E se o seu objetivo não for os das melhores intenções, então o caso é mesmo complicado, poderá como Jim Jones, levar uma população ao suicídio, não só no sentido literal, mas a um suicídio mental, podendo deixar você somente conduzi-lo.
A condição de conduzir é a responsabilidade formal, e daí é que vem a tal responsabilidade social.
Tudo isso para dizer que esta manhã, ao abrir minha rede social para postar os costumeiros artigos da qual estou engajado a fazê-lo, observei que havia duzentas e uma pessoas seguindo meus posts.
Isso me deu uma tremedeira completa, pois não me havia dado conta de que tanta gente estava me seguindo, da tamanha responsabilidade que eu mesmo havia decretado a minha própria pessoa, e comecei tentar achar um motivo para tal posição.
Tentei achar que era por amizade, ou por afinidade de profissão, ou até mesmo de parentesco, e confesso não ter conseguido chegar a um denominador comum para tal equação, e isso me assustou ainda mais.
O que eu estaria fazendo para aquela pessoa, a de número cinquenta e sete, ou a de número cento e vinte e cinco, como estariam seus pensamentos após lerem o que escrevi, ou o que tentei passar a todos.
Será que estariam mais aliviados, ou mais angustiados, mais tranquilos, ou mais intranquilos, confiantes ou não confiantes com os assuntos expostos.
Como estariam pensando aquelas pessoas que com todo amor do mundo os chamo de “meu querido”, “minha querida”, beijos para um ou para outro?
O que estaria passando na cabeça daquele que mal acordara e já na frente do computador, seja por que motivo for, lesse minhas frases, meus pensamentos e talvez falasse “Ele escreveu isso para mim”, e que de certa forma sim, foi escrito para ela, mas não só para aquela pessoa, mas sim para todos que entrasse em meu perfil e efetuasse tal leitura.
Confesso me colocar assustado nestas questões, pois são duzentas e uma pessoas que me seguem.
Talvez porque gostem, talvez porque querem ficar informados, talvez porque querem um alívio para a alma, ou porque simplesmente acha interessante minha repetitividade nos temas, nos filósofos, nas minhas convicções.
Daí então desce em mim uma carga completa de uma responsabilidade além do normal, e confesso, sou obrigado a me policiar, a ajuizar valores, sem ter que mostrar as pessoas o meu medo de tudo isso.
Fico imaginando se em um deslize meu, escrevo uma palavra errada, um verbo fora de sua ação verbal, um texto sem contexto, e alguém sugestivo a isso venha colocar em suas redações diárias o meu erro tal como o dele, ou uma opinião política ou filosófica que vá contra seu posicionamento.
Poderei estar moldando para sempre a vida desta pessoa, de tal forma tal qual a minha foi formatada e que até hoje costumo dizer que minha primeira professora primária não erra, e se ela escreve tranqüilo com trema é porque é com trema, sem me ater que o trema caiu em nosso idioma sendo, portanto, escrito atualmente tranquilo.
Minhas responsabilidades hoje estão multiplicadas por duzentas e uma vezes duzentos e uma, de tal forma que daqui para frente terei que prestar mais atenção a tudo e a todos.
É a responsabilidade acima de tudo.
Assim digo então: Prazer em Recebê-los.
(Clóvis Cortez de Almeida)

sábado, 7 de dezembro de 2013

Uma observação

 
Não sei o que acontece comigo, mas tenho a mais absoluta certeza de que não sou o único a sentir o que sinto nem tampouco serei o último a ter essa sensação, mas acredito que algo tenha que ser feito para que tenhamos uma vida melhor, mais leve em todos os sentidos.
Somos tão avançados, mas parece que tem certas horas que não passamos de um bicho do mato, sem compreensão sem mesmo sabermos quem ou o que é Deus, e seus mistérios, colocamos tudo a perder.
Pois bem, se somos um grão na insignificância da vida, o porque queremos mal nossos semelhantes, o porque o queremos ver destruídos como fala em nossos livros ditos Sagrados.
Vejo em quase todas as orações, provenientes do mundo inteiro, de que precisamos acabar com nossos inimigos, que o nosso deus está acima de tudo, mas que Deus é fiel, e outras citações, que sinceramente para mim não há cabimento algum.
Porque Deus dará forças para que te guardes contra todos os seus inimigos, e daí a pergunta que me vem imediatamente á cabeça, é de que somos TODOS filhos de Deus, e será que esses tais Inimigos não estarão também rezando para que Deus nos atinja tal qual queremos que ele faça aos nossos inimigos?
Será que já não é hora de estabelecermos uma união, mais do que fraternal, e pedirmos apenas para que Ele nos dê força para caminharmos na trilha do bem, acima de qualquer mágoa ou rancor?
Somos um pequeno grão de areia nesta vastidão do universo, então porque não compactuarmos tudo o que temos com todos?
Se Deus é por nós......
Prazer em Recebê-los.
Clóvis Cortez de Almeida.

 

 

domingo, 1 de dezembro de 2013

ESTÁ CHEGANDO AO FIM


Mais uma vez, por mais um ano, por mais um qüinqüênio, por mais uma década, por mais meio século, está chegando ao fim.
Chegando ao fim de mais um ano, onde teremos direito a Feliz Natal, Árvores enfeitadas, Shoppings lotados, Abraços apertados, apertos de mão, reconciliações, amores jurados, amores desfeitos, brigas, enfim, tudo o que o ano passado nos trouxe e não prestamos a atenção suficiente, terá um retorno esse ano.
Bem, esse ano vou fazer regime, vou estudar mais, vou ser bonzinho, vou cultivar melhor as amizades, enfim, vou fazer tudo o que prometi o ano passado, que tive 365 dias de chance para cumprir e só agora estou despertando para o desperdício que dediquei minha vida.
É uma tamanha incoerência ter que repetir tudo de novo, repetir tudo o que prometemos ao vento, e cumprimos as cinzas das memórias, mas o faremos tudo de novo.
Será que nós mudamos ou o mundo é verdadeiramente cíclico, em que tudo termina e começa em um único ponto de início e fim, onde o circular da vida, fatalmente não nos afeta, mas chegamos cansados ao final do ano e totalmente renovados em seu início.
É um início tanto quanto conturbado diria, mas é um início para todos nós. Estamos chegando ao fim de mais uma maratona, foram 365 dias de muita correria, muito stress e muita complicação, com direito a ter que repetir tudo de novo, tal qual em nossa escola.
Este ano que se aproxima, vamos começar com novas promessas, prometendo não fazer tantas promessas assim, mas com promessas suficientes a dar a nossa mente uma mente limpa, vazia de todos os nossos pecados, com dedicação total aos novos empreendimentos.
Talvez, e digo talvez, seremos um melhor filho, melhor marido, uma pessoa melhor, um melhor amigo, enfim um melhor quase tudo, afinal não podemos, não temos o direito em ser piores que o ano passado.
Dois mil e treze está já chegando ao fim, já estamos ouvindo o Jingle Bell, Feliz Ano Novo, Adeus Ano Velho, e por aí afora, e com essas canções, nossas manifestações de majestade diante do ser humano que se aproxima de nós, diante da generosidade que invade nossa alma, diante da bondade que assola os corações.
Está chegando ao fim.
O que será que iremos prometer para Dois mil e catorze?
Nada menos que tudo o que não cumprimos em Dois Mil e Treze.
Assim, Prazer em Recebê-los.
Clóvis Cortez de Almeida