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domingo, 10 de agosto de 2014

...E Fêz-se o Pai

(Essa Poesia, dedico aos pais, apesar de ser dada a mim pela minha mãe)

... E FEZ-SE O PAI   (.*.)
(Erma Bombeck)
Quando o bom Deus criou os Pais, começou com um grande esqueleto.
E um anjo mulher, vendo-O trabalhar, disse:
A-) “Que espécie de Pai é esse?” Se o Senhor fez as crianças tão rentes ao chão, para que um Pai tão alto? “Ele não poderá jogar bola de gude com o filho sem se ajoelhar, nem pôr a criança na cama sem se curvar, nem beijá-la sem se inclinar”
Deus sorriu e disse:
ו-) “Sim, mas se Eu o fizer tão pequeno, para quem as crianças alçarão os olhos?”
E Deus fez as mãos daquele Pai grandes e rijas.
O anjo balançou a cabeça e disse:
A-) “Mãos tão grandes não poderão manejar alfinetes de fraldas ou pequenos botões, nem fazer curativos ou remover farpas”
E Deus sorriu, e acrescentou:
ו-) Sei disso, mas elas são grandes o bastante para guardar tudo o que sair dos bolsos de um menino e pequenas o suficiente para empalmar o rosto de uma criança”
Então, Deus modelou pernas longas e esguias e ombros largos.
A-) “Não compreende que criou um Pai sem colo?” falhou o anjo.
Deus disse:
ו-) “Só as mães precisam ter colo. Um Pai necessita de ombros fortes para puxar um carrinho, empurrar um balanço ou amparar uma pequenina cabeça adormecida, quando as crianças voltarem do circo para casa”
Deus estava em plena criação dos maiores pés que alguém já tinha visto até então, quando o anjo não se conteve:
A-) “Isto está errado. Acredita honestamente que essas pranchas enormes conseguirão se levantar sem fazer ruído, quando o bebê chorar de madrugada? Ou caminhar pela sala apinhada, numa festinha de aniversário, sem pisar pelo menos três dos pequenos convidados?”
Deus sorriu e afirmou:
ו-) “São para trabalhar. Você verá. Eles permitirão que o Pai brinque de cavalinho com seus filhos, servirão para espantar os ratos da casa, e o obrigarão a usar sapatos capazes de conter muitos brinquedos em Minha Árvore de Natal”
Deus trabalhou durante toda a noite, dando ao Pai poucas palavras, mas uma voz firme e autoritária; olhos que viam tudo, mas que continuavam calmos e tolerantes. Finalmente, quase como que uma reflexão tardia, acrescentou-lhe lágrimas.
Voltou-se então para o anjo e perguntou:
ו-) “E agora, está convencido que ele possa amar tanto quanto uma verdadeira Mãe?
E o bom anjo nada mais disse.
(Clóvis Cortez de Almeida)