Feliz
Ano Novo, é o que começa todos os cartões, saudações nesta época do
ano, época esta em que precisamos de uma reanálise de nosso passado, não
tão distante assim.
É uma época contente para
alguns, triste para outros, mas necessário se faz de que esse
retrospecto seja feita de dentro para fora, uma forma de dicotomia em
nossos pensamentos, e talvez, digo talvez, alguns pesamentos novos,
idéias novas, projetos novos para nossas vidas e também para quem dela
participe.
O que fizemos em Dois Mil e Catorze, deve
ser a primeira de todas as indagações, para que nossa reflexão seja a
mais assertiva possível, e uma vez terminada com a pergunta em questão,
as respostas irão começar a fluir em uma velocidade enorme, a todo o
vapor, como diriam os mais antigos, chegando a ser mais rápido até que
enorme velocidade da Luz.
Fui um bom filho? Um bom Pai
ou Mãe, um bom marido ou esposa, enfim, no que fui bom e no que não fui,
começa a fazer de nosso cérebro, uma maquininha de passar filmes,
daquelas antigas do cinema do bairro, onde ao se apagar as luzes da
platéia, nossa consciência começa então a se fazer presente.
Quantas
vezes não paramos no meio do filme para tomar uma água, ou comer
algumas pipocas, ou até mesmo irmos fazer xixi, já que pode demorar
segundos terrestres, mas também pode demorar anos-luz, conversarmos com
pessoas para que elas nos dê uma dica de quem fomos em dois mil e
catorze.
Vocês estão prontos? Então vamos lá, apagam-se
as luzes, fecham-se as cortinas, o silêncio se faz presente, a máquina
do tempo foi ligada e começa com o primeiro dia do mês de Janeiro.
Nossos
parentes ou não em nossas voltas, todos brindando, pedindo que o ano
que inicia seja melhor do que o passado, e assim por diante. Crianças
que não sabem o significado do Ano Novo, reunem-se a nós com uma alegria
contagiante.
Vestimos branco ou amarelo, pulamos sete
ondas nos mares, subimos algumas montanhas, cumprimentamos a todos que
passam por nós, e assim começa nosso ano, exatamente como planejamos,
cheios de Alegria, alegria esta contagiante, distribuindo amor por todos
os lugares em que passamos.
Bom dia, boa tarde, boa
noite, passou a ser nossas palavras preferidas, mesmo com pessoas que
não conhecemos, e assim fazemos nosso caminhar pelos longos e obscuros
trezentos e sessenta e quatro dias que estão por vir.
A alegria toma conta de nosso ser, e com isso todos nós radiamos um pouco da Luz Divina, da Luz Solar que nos envolve.
O
Tempo vai passando em com ele acostumamos os meses que se seguem, as
chuvas de março, o frio gélido de nosso inverno, o início de nosso
outono, primavera em nossos corações, e novamente o brilho de nosso
verão, e quando percebemos, já estamos no Natal novamente.
Mas
o que fizemos de bom nesse período? É o Grande Arquiteto do Universo
quem vai decidir, Ele quem vai determinar se fomos ou não cumpridores
dos mais profundos prometidos que fizemos no ano que se iniciou em
Janeiro, sobre nosso livre arbítrio.
Como vamos passar,
como vamos agir com as incoerências de nossas vidas, em que um tem que
buzinar com força no ouvido do outro que atravessa a rua, ou ficar com
nossa silhueta sisuda perante uma palavra que não aprovamos, ou com
raiva por não estar com aquele maravilhosos carros que sonhamos no
início de nossa jornada.
Somos nós que iremos
experimentar ou nos deixar conduzir por todos esses sonhos imortais de
nossa existência, de nossa humilde existência neste plano, cujos planos
são feitos por “alguém” superior a nós.
Estaremos
preparados para todos nossos sonhos concretizados, ou será que não se
faria melhor uma preparação para nossas conquistas? Seriam somente
conquistas materiais que nos fariam melhor ou precisamos de fazer nossa
conquista espiritual o nosso objetivo final?
Quem sabe
não dizer “Eu Te Amo” para pessoa amada, pelo menos uma vez por dia. Não
dizer um bom dia para todos a quem nós cruzamos nas ruas, avenidas,
escritórios, trabalhos, para que nosso fardo seja bem mais leve.
Não
seria o caso de deixar para lá, nossos sentimentos mesquinhos de quero
mais do que posso sustentar, só pelo poder, pelo dinheiro. Esse bendito,
maldito dinheiro, que nos leva a ambição de cada vez mais querer
juntá-los,tudo em uma caixa, onde nós, e somente nós temos a chave.
Já
não sei mais, na altura dos meus Cinquenta e Quatro anos de vida, se
vale a pena juntar bens materiais, em uma caixa, caixa esta que chamamos
de “Caixa de Pandora”, e quando chegar nosso final, ela estará lá, a
caixa,mas aberta para que façam uso e gozo daquilo que
guardamos,miseravelmente juntamos...
“Meu caixão não
tem gavetas”, e por isso, não quero carregar mágoas das pessoas, nem
bens materiais, mas quero levar uma coisa comigo, e essa não abro mão de
fazê-lo, a amizade de todos vocês. Gisis, o rei da Líbia Menor, há de
se revoltar com essas minhas palavras, pois sem sua invenção, o
dinheiro, não estaríamos nessa correria desenfreado para obter um pedaço
de papel timbrado um valor.
Quero que no dia de minha
despedida desta jornada, possa ser tocado ao fundo do meu velório,
“Violino Romântico” de Beethoven, quero que seja um dia feliz, para
todos os meus amigos, parentes. Aqueles que não puderem estar nesta
cerimônia, guardem em seus corações minhas palavras, pois não considero
minhas atitudes como aquelas em que devem ser colocadas como exemplo.
Um
dia em que o Sol se misture a uma pequena garoa, para levar minhas
alegrias a todos os recantos da terra, que a luz deste sol, a todos
ilumine, para continuar com seus projetos, seus sonhos.
Pois
bem, já comecei a fazer minha retrospectiva, não aquela da TV onde tudo
é tão frio, congelado, e parece ser repetições de anos e anos passados,
mas uma recordação de tudo o que me foi bom, e de tudo que me doeu a
alma.
Começo meu ano, vindo da Argentina, cheio de si,
após uma crise do pânico, e com essa alegria tal, quinze dias depois a
perda de minha Mãe. Não tenho remorso nenhum, pois com ela passei os
melhores dias de minha vida.
Parto para minha conclusão
de curso, e bem depois meus cinquenta e quatro anos, que foram
intensos, maravilhosos, sempre alimentado pelo amor, fé, esperança e
alguns poucos momentos de caridade.
Encerro aqui minhas
reflexões e instigo a todos que façam as suas também, e que estejam
realmente preparados, com lenços a mão, pois por certo terão nessa
trajetória, muitos momentos de choro de alegria e de tristeza.
Que
venha Dois Mil e Quinze, com meus rogos de muita Saúde e Paz a todos,
todos mesmos. Aqueles que estão lendo essa carta, a todos os que não
estão lendo, os que já fazem suas reflexões, e para os que não fazem,
mas que podem começar a fazer a partir deste ano.
Assim sendo, Prazer em Recebê-los.
Clóvis Cortez de Almeida
Nenhum comentário:
Postar um comentário