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domingo, 9 de agosto de 2015

Mais um pouco de reflexões.

Feliz Ano Novo, é o que começa todos os cartões, saudações nesta época do ano, época esta em que precisamos de uma reanálise de nosso passado, não tão distante assim.

É uma época contente para alguns, triste para outros, mas necessário se faz de que esse retrospecto seja feita de dentro para fora, uma forma de dicotomia em nossos pensamentos, e talvez, digo talvez, alguns pesamentos novos, idéias novas, projetos novos para nossas vidas e também para quem dela participe.

O que fizemos em Dois Mil e Catorze, deve ser a primeira de todas as indagações, para que nossa reflexão seja a mais assertiva possível, e uma vez terminada com a pergunta em questão, as respostas irão começar a fluir em uma velocidade enorme, a todo o vapor, como diriam os mais antigos, chegando a ser mais rápido até que enorme velocidade da Luz.

Fui um bom filho? Um bom Pai ou Mãe, um bom marido ou esposa, enfim, no que fui bom e no que não fui, começa a fazer de nosso cérebro, uma maquininha de passar filmes, daquelas antigas do cinema do bairro, onde ao se apagar as luzes da platéia, nossa consciência começa então a se fazer presente.

Quantas vezes não paramos no meio do filme para tomar uma água, ou comer algumas pipocas, ou até mesmo irmos fazer xixi, já que pode demorar segundos terrestres, mas também pode demorar anos-luz, conversarmos com pessoas para que elas nos dê uma dica de quem fomos em dois mil e catorze.

Vocês estão prontos? Então vamos lá, apagam-se as luzes, fecham-se as cortinas, o silêncio se faz presente, a máquina do tempo foi ligada e começa com o primeiro dia do mês de Janeiro.

Nossos parentes ou não em nossas voltas, todos brindando, pedindo que o ano que inicia seja melhor do que o passado, e assim por diante. Crianças que não sabem o significado do Ano Novo, reunem-se a nós com uma alegria contagiante.

Vestimos branco ou amarelo, pulamos sete ondas nos mares, subimos algumas montanhas, cumprimentamos a todos que passam por nós, e assim começa nosso ano, exatamente como planejamos, cheios de Alegria, alegria esta contagiante, distribuindo amor por todos os lugares em que passamos.

Bom dia, boa tarde, boa noite, passou a ser nossas palavras preferidas, mesmo com pessoas que não conhecemos, e assim fazemos nosso caminhar pelos longos e obscuros trezentos e sessenta e quatro dias que estão por vir.

A alegria toma conta de nosso ser, e com isso todos nós radiamos um pouco da Luz Divina, da Luz Solar que nos envolve.

O Tempo vai passando em com ele acostumamos os meses que se seguem, as chuvas de março, o frio gélido de nosso inverno, o início de nosso outono, primavera em nossos corações, e novamente o brilho de nosso verão, e quando percebemos, já estamos no Natal novamente.

Mas o que fizemos de bom nesse período? É o Grande Arquiteto do Universo quem vai decidir, Ele quem vai determinar se fomos ou não cumpridores dos mais profundos prometidos que fizemos no ano que se iniciou em Janeiro, sobre nosso livre arbítrio.

Como vamos passar, como vamos agir com as incoerências de nossas vidas, em que um tem que buzinar com força no ouvido do outro que atravessa a rua, ou ficar com nossa silhueta sisuda perante uma palavra que não aprovamos, ou com raiva por não estar com aquele maravilhosos carros que sonhamos no início de nossa jornada.

Somos nós que iremos experimentar ou nos deixar conduzir por todos esses sonhos imortais de nossa existência, de nossa humilde existência neste plano, cujos planos são feitos por “alguém” superior a nós.

Estaremos preparados para todos nossos sonhos concretizados, ou será que não se faria melhor uma preparação para nossas conquistas? Seriam somente conquistas materiais que nos fariam melhor ou precisamos de fazer nossa conquista espiritual o nosso objetivo final?

Quem sabe não dizer “Eu Te Amo” para pessoa amada, pelo menos uma vez por dia. Não dizer um bom dia para todos a quem nós cruzamos nas ruas, avenidas, escritórios, trabalhos, para que nosso fardo seja bem mais leve.

Não seria o caso de deixar para lá, nossos sentimentos mesquinhos de quero mais do que posso sustentar, só pelo poder, pelo dinheiro. Esse bendito, maldito dinheiro, que nos leva a ambição de cada vez mais querer juntá-los,tudo em uma caixa, onde nós, e somente nós temos a chave.

Já não sei mais, na altura dos meus Cinquenta e Quatro anos de vida, se vale a pena juntar bens materiais, em uma caixa, caixa esta que chamamos de “Caixa de Pandora”, e quando chegar nosso final, ela estará lá, a caixa,mas aberta para que façam uso e gozo daquilo que guardamos,miseravelmente juntamos...

“Meu caixão não tem gavetas”, e por isso, não quero carregar mágoas das pessoas, nem bens materiais, mas quero levar uma coisa comigo, e essa não abro mão de fazê-lo, a amizade de todos vocês. Gisis, o rei da Líbia Menor, há de se revoltar com essas minhas palavras, pois sem sua invenção, o dinheiro, não estaríamos nessa correria desenfreado para obter um pedaço de papel timbrado um valor.

Quero que no dia de minha despedida desta jornada, possa ser tocado ao fundo do meu velório, “Violino Romântico” de Beethoven, quero que seja um dia feliz, para todos os meus amigos, parentes. Aqueles que não puderem estar nesta cerimônia, guardem em seus corações minhas palavras, pois não considero minhas atitudes como aquelas em que devem ser colocadas como exemplo.

Um dia em que o Sol se misture a uma pequena garoa, para levar minhas alegrias a todos os recantos da terra, que a luz deste sol, a todos ilumine, para continuar com seus projetos, seus sonhos.

Pois bem, já comecei a fazer minha retrospectiva, não aquela da TV onde tudo é tão frio, congelado, e parece ser repetições de anos e anos passados, mas uma recordação de tudo o que me foi bom, e de tudo que me doeu a alma.

Começo meu ano, vindo da Argentina, cheio de si, após uma crise do pânico, e com essa alegria tal, quinze dias depois a perda de minha Mãe. Não tenho remorso nenhum, pois com ela passei os melhores dias de minha vida.

Parto para minha conclusão de curso, e bem depois meus cinquenta e quatro anos, que foram intensos, maravilhosos, sempre alimentado pelo amor, fé, esperança e alguns poucos momentos de caridade.

Encerro aqui minhas reflexões e instigo a todos que façam as suas também, e que estejam realmente preparados, com lenços a mão, pois por certo terão nessa trajetória, muitos momentos de choro de alegria e de tristeza.

Que venha Dois Mil e Quinze, com meus rogos de muita Saúde e Paz a todos, todos mesmos. Aqueles que estão lendo essa carta, a todos os que não estão lendo, os que já fazem suas reflexões, e para os que não fazem, mas que podem começar a fazer a partir deste ano.

Assim sendo, Prazer em Recebê-los.

Clóvis Cortez de Almeida

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