Tem certas vezes em que
não pensamos duas vezes para fazer alguma coisa e então acontece algo que não
estava previsto nem tampouco seria possível prever e isso é muito bom.
Me lembro quando já na
minha fase de infância vivia montando e desmontando os aparelhos eletroeletrônicos
de casa, só para ver como funcionavam e como eram rigorosamente feitos, então
vivia com uma chave de fendas, uma fita isolante, um multímetro, uma chave
phillips, um alicate de corte e um de bico em minhas mãos.
Já era por volta das
treze horas quando meus pais falaram que iriam até o centro da cidade de
Guaratinguetá onde morávamos, e voltariam dentre duas a duas horas e meia mais
tarde.
Era mais um dia de glória
para um adolescente curioso como eu, afinal de contas não precisaria cuidar das
minhas irmãs e teria a casa todinha para mim, poderia mexer no que bem
quisesse, a eletricidade que me esperasse.
Não perdi tempo, fui logo
ao quartinho da bagunça de casa, quarto esse que ficava junto a garagem da
casa, e lá já fui assaltando um rolo de fio tamanho 14, totalmente descascado
como mandava um manual que tinha visto em um livro, uma madeira para se fazer
uma base, um prego, uma lâmina de aço e por final um carretel de linhas, desse
tipo madeira, coisa antiga.
Fiz conforme mandava o
livro, e então a base pronta, só faltava agora enrolar a fiação de acordo com a
figura e estaria pronta a mais nova campainha que alguém poderia ver.
Com o fio descascado fiz
o enrolado no carretel, aprontei a tomada de 220 Volts, um interruptor e vamos
ligar, afinal de contas estava sendo construída por um quase profissional.
Com a tomada nas mãos,
aproximei-me da tomada da casa, e vagarosamente fui introduzindo então o pino
macho na tomada fêmea.
A expectativa era o
essencial elemento para poder ouvir aquela campainha do tipo cigarra que havia construído,
com o maior esmero do mundo, e lógico sem a permissão de meus pais.
Coloquei tudo na tomada,
e...
Acionei o interruptor e o
maior som de uma cigarra foi ecoando naquela garagem, invadindo pela casa o
mais puro argumento auditivo quando o óbvio aconteceu.
O cheiro de que algo
estava em curto era também invadido em minhas narinas, juntamente com a fumaça
branca que rapidamente invadiu garagem, cozinha, enfim a casa no seu todo.
O carretel ficou com a
aparência de uma uva passa, todinho enrugado e preto pelo curto-circuito, a
lâmina de aço presa na cabeça do prego, e o fio, há! O fio.....
Esse começou a entrar em
uma erupção não programada, avermelhou-se como nunca havia visto, um curto
provocado, e provocado pelas pequenas mas assustadoras explosões nos fusíveis
de casa.
Assim que isso aconteceu,
advinha que chegou para o café? Meus Pais.
O couro comeu.
Então com o bumbum
doendo,
Prazer em Recebê-los.
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