Sou o tipo de pessoa que
gosta bastante de TV, mas também faço uma grande seleção antes de começar a
assistir.
Não por acaso, mas já
selecionado, fui assistir a um episódio no SBT, canal 4 aqui para mim, pelo
nome de “Eu, a patroa e as crianças”.
Trata-se de um episódio
muito bem escrito, muito bem humorado, que sinceramente, apesar de ter
assistido várias vezes o mesmo episódio, sempre acho graça com as tirada bem
humoradas dos personagens.
A trama dos episódios
sempre é a mesma coisa, onde o personagem que faz o papel de Pai, chamado de
Caio, coloca uma lição na sua família, sempre com bastante humor, onde no final
vira uma lição de moral, sempre termina bem, e raramente tem cenas externas, a
maioria se passa dentro da casa da família.
Não foi diferente na
última segunda-feira, aonde depois de chegar a casa, liguei a TV, e fui com a
esposa assistir a mais um episódio, até mesmo porque nos canais abertos, no
horário, se você espremer o controle acaba ganhando um banho de sangue, isso
quando você não fica enojado com as imagens detalhadas das moto-links, dos
helicópteros, e também com as imagens ao vivo de pessoas sendo seqüestradas,
violentadas e violadas em seu direito de privacidade.
Parece até que a
humanidade gosta disso, de tanto que tem, e todos com o sensacionalismo que lhe
é peculiar.
Acredito até que não só
goste de ver como gostaria de estar lá, presente, com uma atenção peculiar de
quem quer ver a desgraça de outros, tal qual fazem no trânsito, quando vêem uma
moto caída, seu motociclista ao solo, param o carro, deixam um imenso
congestionamento, só para ver a desgraça daquele que está caído no outro lado
da pista. Não me conformo com isso.
Mas voltando ao nosso
episódio da TV, que naquele dia iria
passar sobre o relacionamento do Caio ao fazer um exame de Próstata, que acho
que deveria ser passado mais vezes, quando percebi, não só eu, mas minha esposa
também, imagem ao fundo piscando.
Fiz questão de ficar
prestando a atenção só para ver se não estava vendo coisas, mas lá estava uma
propaganda de um produto de beleza feminino que está muito em moda no momento.
Deu cinco piscadas
rápidas, inserindo nos cérebros aquela imagem, que incutem nas pessoas o
chamado “Compre Agora”.
Comentei na hora com a
esposa, e ela falou que viu também a mesma imagem, que deveria ser alguma “falha”
no passar o programa, e daí ficamos mais atentos a programação daquele canal.
Duas vezes mais, durante
o episódio, a mesma cena, com produtos diferentes da mesma marca, foram
veiculadas nesses momentos de laser que acho de muito produtivo na vida daquele
que depois de um dia de trabalho, chega em casa e deseja uma diversão, por mais
simples que pareça.
Com essa observação, assisti
toda a programação desse canal até a hora de ir para cama, coisa que para mim,
está cada vez mais cedo.
Durante toda a
programação, as imagens, que comecei classificar de imagens subliminares, apareciam
no meio da programação, no momento em que a atenção do telespectador é máxima.
Bom, para mim e para
minha esposa, esse tipo de comunicação nada influencia, porém a uma mente em
formação, pode ocorrer estragos gigantescos, induzindo a essa mente uma compra
compulsiva, sem direcionamento adequado do certo e do errado.
E não precisa ser mente
em formação não, basta uma pessoa pouco mais distraída, ou com a compulsão de
compra, para naquele momento, pegar o número do telefone veiculado e começar a
ligar para a aquisição do produto.
Me choca uma situação
dessas, uma emissora que está entre as maiores do Brasil, utilizar-se de
recursos abomináveis para conseguir atingir suas metas de vendas, suas metas de
audiência, enfim atender o que o propagandista que as pessoas façam, ou seja,
peguem o telefone, gastem seu rico dinheirinho para fazer a compra compulsiva
do dia.
Conhecendo um pouco de ética
de veiculação de propagandas, ética dos veículos de comunicação, sei que é
proibido, por lei inclusive, pois já foi altamente testado isso nos anos de 50,
60, 70 e 80, e já foi comprovado que as pessoas que são mais suscetíveis,
acabam por impulso adquirindo, comprando, ou se dirigindo a um lugar, ou a
alguma coisa.
Me fez lembrar que em
1978, no cine Comodoro em São Paulo, estava assistindo a um filme, “Terremoto”,
quando vários flashs seguidos de “BEBA COCA-COLA”, foi introduzido entre quadros
do filme.
Do lado de fora do
Cinema, colocaram na época um carrinho vendendo “Pepsi-Cola” bem na frente e um
de “Coca-Cola” à uns 50 metros mais na frente.
Imaginem, ocorreu um
congestionamento no carrinho de Coca-Cola, e quase sem consumidor nenhum no
concorrente. Na outra sessão do mesmo filme, a experiência foi trocada,
colocando na programação um “BEBA PEPSI-COLA”, e inverteram a posição dos
carrinhos pelo lado de fora do Cinema.
Tal qual a primeira vez,
o carrinho de Pepsi-Cola lotou, deixando o de Coca-Cola sem quase nenhum
consumidor.
Foi estabelecido então,
naquela época, por convenção, que estava proibido tal tipo de atitude por força
da imposição que se criava nos espectadores, e começou então a veicular
inúmeras matérias sobre o assunto.
Pensei que já estava
pronto, que ninguém mais usaria, até ver no canal SBT, tal irregularidade.
Fica então minha
indignação, meu repúdio por tal atitude que a emissora vem tomando, porque
para, como falei, uma mente mais suscetível, é muito fácil a indução.
Agora é “Ligue para o
número XXX, e seja um consultor do produto YYY”, amanhã poderá ser, “Faça sua
Arma em casa”, ou então, “Mate aquele seu vizinho que te incomoda”, ou então “Corra
mais rápido com seu Carrão da Marca X”.
Perigoso? Temeroso?
Que os Psicólogos nos
orientem.
Prazer em Recebê-los
(Clóvis Cortez de
Almeida)
Oi.
ResponderExcluirComento sozinha? Opiniões sem discussão, podemos guardar prá si, :)
Lilith
Minha querida Lilith, gostaria de ler sua opinião sobre o assunto. Trata-se de uma das exposições de Tese minha.
ResponderExcluirBom dia. OK. Pensei que nao estava mais lendo. Tinha réplica e parou de ter. :) Estou saindo agora, assim que voltar, publico. :)
ResponderExcluirBj
A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais.
ResponderExcluir(Arthur Schopenhauer)
Pronto... Voltamos com nossa programação normal. :) Cheguei com uma dor de cabeça gigantesca, mas, nada que um reikezinho não resolvesse... Enfim...
ResponderExcluirSabe, Clóvis... Já fui um desses. Desses zumbis que não acreditam que alguém pode ser dominado por outros meios, não digo, televisivos, mas, pessoais. Sei que existe. Claro. Acho que não podemos subestimar nada, nem ninguém.
Acredito que a massa seja mesmo burra, não porque querem, mas, por não acreditar que isso seja possível e por se acharem tb a ultima bolacha com recheio extra do pacote. E, acredito que a maioria se acha.
O mundo é dominado por quem sabe lidar com massas. A grande maioria das pessoas não querem nem saber de se instruir para não ser dominando, por isso tb que Jesus dizia: Conheça a Verdade e ela vos libertará. Mas, se mexer para fazer algo até por si, estudar, treinar, aprender, infelizmente, ninguém quer...
Para tudo se há um preço, certo? Não instruir-se, não buscar a tal Verdade, paga-se o preço de ser subjugado, correto?
Está errado esse tipo de veiculação? Sim. Mas, o que fazer para se defender dele? Ah, meu caro... Temos que fazer alguma coisa? Deixe para amanhã, que hoje estou com preguiiiiça... ;)
A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais.
ResponderExcluir(Arthur Schopenhauer)
Posso perguntar sua interpretação? :) Prá variar, louca prá saber.
Lilith