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domingo, 9 de junho de 2013

Uma Semana Difícil


                     Mea Culpa, Mea Culpa, Mea Culpa.
Assim começo minha postagem hoje, um pleno domingo do mês de junho de 2013.
A semana do dia dois de junho ao dia oito de junho tinha tudo para ser promissora, muitas datas importantes, muitas lembranças, mas nada que possa tirar de mim esse sentimento de mea culpa de meus ombros.
Domingo começou bem com o aniversário da esposa, veio terça, mas quando chegou à quarta-feira parece que uma nuvem baixou nos terrenos inférteis de minha mente, talvez até sabendo o porquê, mas não posso admitir esse argumento.
Levantei com faço, bastante cedo e fui fazer minha rotina, mas é lógico que não podia ser uma rotina comum, era o aniversário de meu filho mais velho, Ygor Calisto Cortez de Almeida, que completou vinte e nove aninhos, sim apenas 29 de um longo período de aniversários que ainda virão pela frente.
Como faço nos meus rituais, após o meu café, vou até o meu “Sanctum Sanctorum” e vou fazer minhas orações ao lado de minha esposa, com diversas intenções, previamente organizada pela minha cabeça, e isso queiram ou não, me faz um bem danado, talvez pelo ato de fazer oração, talvez pelo ato de estar lembrando dos amigos, parentes, pais, irmãos, esposa, sogros, cunhados, sobrinhos, primos, enfim, todas as pessoas que direta ou indiretamente fazem parte de minha vida.
Tenho amigos em São José dos Campos, Araras, Oiapoque, Chuí, enfim de norte ao sul, de leste a oeste deste Brasil, fora os que temos além mar, em outros continentes.
São muitos, mas muitos mesmo, tantos que se fosse relacionar aqui, ficaria dias marcando e falando sobre cada um desses amigos, que falo nome e sobrenome como se fosse da minha casa, e os são, como se a intimidade entre nós fosse a máxima da vida, e os são, e daí, as orações são dedicadas ao Pai Maior, que dêem vocês o nome que quiserem, mas que para mim será até mesmo para não ferir o sentimento de ninguém, o Grande Arquiteto do Universo.
São meus parentes, meus confidentes, meus amigos, minhas mais secretas intimidades, e por esses eu oro, talvez não com a fé que seja simples, mas que eu posso rotular como necessária.
Assim não foi diferente o dia cinco de junho, estava fazendo minhas orações, com muita fé, fé para que todos, sem exceção, possam ter um dia próspero e feliz, com muita saúde e paz.
Compenetrei-me e diante do meu santuário, fui então fazer minhas vibrações ao meu filho Ygor.
Como será que ele está? Como será que ele passou esse ano? Como será seu emprego? Como será que ele se comporta diante da vida?
Perguntas simples, mas que me ocorrem dia a dia, sem exceção, e também à minha filha Ágnes, como será que está?
São longos anos sem que me dirijam a palavra, sem que me vejam, ou que sequer esbocem sua presença. Estou bloqueado.
Parei no meio da oração e fui fazer essas reflexões, que para alguns parece coisa trivial, afinal de contas estão do lado de seus filhos, mas que para mim, parece uma barreira intransponível.
Fiquei imaginando como estaria completando vinte e nove anos, como seriam suas ambições, como pessoa, como homem, como família.
O que estaria pensando naquele momento, o que estaria motivando trabalhar, cuidar de suas coisas, da família que tem e tudo o que passaria na mente dele naquele momento.
Para mim, uma criança, que deve ser ainda educada, protegida, enfim, cuidada.
Não tenho mais contato, estou bloqueado. Sim, totalmente bloqueado para que eu não saiba de seu paradeiro, de seus anseios, e de seus devaneios.
Uma semana que não tenho o que comemorar, não tenho o que dizer, só mesmo terminar minhas orações, na frente de meu “Sanctum Sanctorum” para rogar ao Pai Maior que dê a ele toda a felicidade do mundo.
Não é de minha vontade blasfemar, achar ruim, ou responsabilizar a alguém, a não ser a mim mesmo, pelo amor que tenho a essa criança, que um dia entenderá que amor de pai, é eterno, é único.
Assim, Prazer em Recebê-los.
Clóvis Cortez de Almeida

2 comentários:

  1. Oi...
    Li e entendi tudo... Mas uma coisa ficou: "Domingo começou bem com o aniversário da esposa, veio terça, mas quando chegou à quarta-feira parece que uma nuvem baixou nos terrenos inférteis de minha mente, talvez até sabendo o porquê, mas não posso admitir esse argumento."... Talvez até sabendo o porquê, mas, não pode admitir esse argumento... Que não seja prá mim, mas, para vc. Pq não pode admitir? Justamente onde não podemos admitir pode ser que seja a resposta tão procurada, não pode?
    Concordo que há momentos que nada podemos fazer sozinhos, mas, estive pensando muito nisso. Como não teve outro jeito e já que já tem o não como resposta ou é "bloqueado", posso dizer-te uma coisa? Não há barreiras para o amor além daquelas que por um medo tolo, impomos a nós mesmos. Ninguém pode resolver isso... Só vc... Viver fugindo ou evitando um encontro não é argumento para o Amor. Ama? Vá, Clóvis. Enfrente, enfrente algo de valor mesmo na sua vida que é o amor do seu filho. O não, te garanto, já tens. Vá em busca do sim. Pare de encontrar motivos (todos vazios) para não ir. Não há prova de amor maior do que lutar por aqueles a quem ama. Isso é uma Lei permanente. É fácil amar à distância, pela internet, por postagens. Não te dá responsabilidades. Abra seu peito, pelo menos uma vez na sua vida, a mais importante que seja, e lute por isso, não jogue sua vida fora e uma oportunidade de ser feliz e responder a todas essas perguntas, pelo Amor de Deus. Peito aberto, homem! Melhor morrer em pé do que viver de joelhos... E depois, por Amor de Deus tb, me liberte pq não se vence uma luta com um soldado só...
    Sabe tudo o que sinto, então... Faça valer a pena.
    Abraço fraterno,
    Lilith.

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  2. "A maior dor é aquela que não se pode curar com medicina convencional. É a dor do amor que só se resolve com o tempo. O mundo perde o sentido quando você está longe...

    Daria tudo para te ver sorrir e o meu mundo por saber que sou o motivo de suas alegrias.

    Saudades".
    Isso estava no mural do Ygor.
    Só uma vez na sua vida, Clóvis... Atravesse esse portal. A dor de levar um chute é sempre menor do que a dor de nunca saber como poderia ter sido, de verdade, sem imaginar.

    Cambio. Over.

    Lilith

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