Mea Culpa, Mea Culpa, Mea
Culpa.
Assim começo minha
postagem hoje, um pleno domingo do mês de junho de 2013.
A semana do dia dois de
junho ao dia oito de junho tinha tudo para ser promissora, muitas datas
importantes, muitas lembranças, mas nada que possa tirar de mim esse sentimento
de mea culpa de meus ombros.
Domingo começou bem com o
aniversário da esposa, veio terça, mas quando chegou à quarta-feira parece que
uma nuvem baixou nos terrenos inférteis de minha mente, talvez até sabendo o porquê,
mas não posso admitir esse argumento.
Levantei com faço,
bastante cedo e fui fazer minha rotina, mas é lógico que não podia ser uma
rotina comum, era o aniversário de meu filho mais velho, Ygor Calisto Cortez de
Almeida, que completou vinte e nove aninhos, sim apenas 29 de um longo período
de aniversários que ainda virão pela frente.
Como faço nos meus
rituais, após o meu café, vou até o meu “Sanctum
Sanctorum” e vou fazer minhas orações ao lado de minha esposa, com diversas
intenções, previamente organizada pela minha cabeça, e isso queiram ou não, me
faz um bem danado, talvez pelo ato de fazer oração, talvez pelo ato de estar
lembrando dos amigos, parentes, pais, irmãos, esposa, sogros, cunhados,
sobrinhos, primos, enfim, todas as pessoas que direta ou indiretamente fazem
parte de minha vida.
Tenho amigos em São José
dos Campos, Araras, Oiapoque, Chuí, enfim de norte ao sul, de leste a oeste
deste Brasil, fora os que temos além mar, em outros continentes.
São muitos, mas muitos
mesmo, tantos que se fosse relacionar aqui, ficaria dias marcando e falando
sobre cada um desses amigos, que falo nome e sobrenome como se fosse da minha
casa, e os são, como se a intimidade entre nós fosse a máxima da vida, e os
são, e daí, as orações são dedicadas ao Pai Maior, que dêem vocês o nome que quiserem,
mas que para mim será até mesmo para não ferir o sentimento de ninguém, o
Grande Arquiteto do Universo.
São meus parentes, meus confidentes,
meus amigos, minhas mais secretas intimidades, e por esses eu oro, talvez não
com a fé que seja simples, mas que eu posso rotular como necessária.
Assim não foi diferente o
dia cinco de junho, estava fazendo minhas orações, com muita fé, fé para que
todos, sem exceção, possam ter um dia próspero e feliz, com muita saúde e paz.
Compenetrei-me e diante
do meu santuário, fui então fazer minhas vibrações ao meu filho Ygor.
Como será que ele está?
Como será que ele passou esse ano? Como será seu emprego? Como será que ele se
comporta diante da vida?
Perguntas simples, mas
que me ocorrem dia a dia, sem exceção, e também à minha filha Ágnes, como será
que está?
São longos anos sem que
me dirijam a palavra, sem que me vejam, ou que sequer esbocem sua presença.
Estou bloqueado.
Parei no meio da oração e
fui fazer essas reflexões, que para alguns parece coisa trivial, afinal de
contas estão do lado de seus filhos, mas que para mim, parece uma barreira intransponível.
Fiquei imaginando como
estaria completando vinte e nove anos, como seriam suas ambições, como pessoa,
como homem, como família.
O que estaria pensando
naquele momento, o que estaria motivando trabalhar, cuidar de suas coisas, da
família que tem e tudo o que passaria na mente dele naquele momento.
Para mim, uma criança,
que deve ser ainda educada, protegida, enfim, cuidada.
Não tenho mais contato,
estou bloqueado. Sim, totalmente bloqueado para que eu não saiba de seu
paradeiro, de seus anseios, e de seus devaneios.
Uma semana que não tenho
o que comemorar, não tenho o que dizer, só mesmo terminar minhas orações, na
frente de meu “Sanctum Sanctorum” para
rogar ao Pai Maior que dê a ele toda a felicidade do mundo.
Não é de minha vontade
blasfemar, achar ruim, ou responsabilizar a alguém, a não ser a mim mesmo, pelo
amor que tenho a essa criança, que um dia entenderá que amor de pai, é eterno,
é único.
Assim, Prazer em
Recebê-los.
Clóvis Cortez de Almeida
Oi...
ResponderExcluirLi e entendi tudo... Mas uma coisa ficou: "Domingo começou bem com o aniversário da esposa, veio terça, mas quando chegou à quarta-feira parece que uma nuvem baixou nos terrenos inférteis de minha mente, talvez até sabendo o porquê, mas não posso admitir esse argumento."... Talvez até sabendo o porquê, mas, não pode admitir esse argumento... Que não seja prá mim, mas, para vc. Pq não pode admitir? Justamente onde não podemos admitir pode ser que seja a resposta tão procurada, não pode?
Concordo que há momentos que nada podemos fazer sozinhos, mas, estive pensando muito nisso. Como não teve outro jeito e já que já tem o não como resposta ou é "bloqueado", posso dizer-te uma coisa? Não há barreiras para o amor além daquelas que por um medo tolo, impomos a nós mesmos. Ninguém pode resolver isso... Só vc... Viver fugindo ou evitando um encontro não é argumento para o Amor. Ama? Vá, Clóvis. Enfrente, enfrente algo de valor mesmo na sua vida que é o amor do seu filho. O não, te garanto, já tens. Vá em busca do sim. Pare de encontrar motivos (todos vazios) para não ir. Não há prova de amor maior do que lutar por aqueles a quem ama. Isso é uma Lei permanente. É fácil amar à distância, pela internet, por postagens. Não te dá responsabilidades. Abra seu peito, pelo menos uma vez na sua vida, a mais importante que seja, e lute por isso, não jogue sua vida fora e uma oportunidade de ser feliz e responder a todas essas perguntas, pelo Amor de Deus. Peito aberto, homem! Melhor morrer em pé do que viver de joelhos... E depois, por Amor de Deus tb, me liberte pq não se vence uma luta com um soldado só...
Sabe tudo o que sinto, então... Faça valer a pena.
Abraço fraterno,
Lilith.
"A maior dor é aquela que não se pode curar com medicina convencional. É a dor do amor que só se resolve com o tempo. O mundo perde o sentido quando você está longe...
ResponderExcluirDaria tudo para te ver sorrir e o meu mundo por saber que sou o motivo de suas alegrias.
Saudades".
Isso estava no mural do Ygor.
Só uma vez na sua vida, Clóvis... Atravesse esse portal. A dor de levar um chute é sempre menor do que a dor de nunca saber como poderia ter sido, de verdade, sem imaginar.
Cambio. Over.
Lilith