Páginas

sábado, 16 de abril de 2011

Um Pai nunca Desiste

Havia um homem muito rico, possuía muitos bens, uma grande fazenda,muito gado e vários empregados a seu serviço. Tinha ele um único filho, um único herdeiro, que, ao contrário do pai, não gostava de trabalho nem de compromissos. O que ele mais gostava era de festas,estar com seus amigos e de ser bajulado por eles. Seu pai sempre o advertia que seus amigos só estavam ao seu lado enquanto ele tivesse o que lhes oferecer, depois o abandonariam. Os insistentes conselhos do pai lhe retiniam os ouvidos e logo se ausentava sem dar o mínimo de atenção.

Um dia o velho pai, já avançado na idade, disse aos seus empregados para construírem um pequeno celeiro e dentro do celeiro ele mesmo fez uma forca, e junto a ela, uma placa com os dizeres:
"Para você nunca mais desprezar as palavras de seu pai".
Mais tarde chamou o filho, o levou ate o celeiro e disse:
"- Meu filho, eu já estou velho e quando eu partir,você tomará conta de tudo o que e meu, e sei qual será o seu futuro. Você vai deixar a fazenda nas mãos dos empregados e ira gastar todo dinheiro com seus amigos, poderá vender os animais e os bens para se sustentar, e quando não tiver mais dinheiro, seus amigos vão se afastar de você. E quando você não tiver mais nada, vai se arrepender amargamente de não ter me dado ouvidos. E por isso que eu construí esta forca, sim, ela é para você, e quero que você me prometa que se acontecer o que eu disse, você se enforcara nela."
O jovem riu, achou absurdo, mas, para não contrariar o pai, prometeu e pensou que jamais isso pudesse ocorrer. O tempo passou, o pai morreu e seu filho tomou conta de tudo, mas assim como se havia previsto, o jovem gastou tudo, vendeu os bens, perdeu os amigos e a própria dignidade.
Desesperado e aflito, começou a refletir sobre a sua vida e viu que havia sido um tolo, lembrou-se do pai e começou a chorar e dizer:
- Ah, meu pai, se eu tivesse ouvido os teus conselhos, mas agora é tarde, e tarde demais.
Pesaroso, o jovem levantou os olhos e longe avistou o pequeno celeiro, era a única coisa que lhe restava. A passos lentos se dirigiu até lá e, entrando, viu a forca e a placa empoeirada e disse:
- Eu nunca segui as palavras do meu pai, não pude alegra-lo quando estava vivo, mas pelo menos esta vez vou fazer a vontade dele, vou cumprir minha promessa, não me resta mais nada.
Então subiu nos degraus e colocou a corda no pescoço,e disse:
-Ah se eu tivesse uma nova chance...
Então pulou, sentiu por um instante a corda apertar sua garganta, mas o braço da forca era oco e quebrou-se facilmente, o rapaz caiu no chão, e sobre ele caiam jóias, esmeraldas, pérolas, diamantes; a forca estava cheia de pedras preciosas, e um bilhete que dizia:
- Essa e a sua nova chance, eu te Amo muito.

Seu pai.

AUTOR DESCONHECIDO

Abraços D'Alma

Clóvis Cortez de Almeida






Um comentário:

  1. Abraços D Álma... Meu pai costumava se despedir assim de mim com um ósculo doce e suave... Um filho nunca deveria ser abandonado por seu pai e um pai nunca deveria ser abandonado por seu filho.
    Filhos muitas vezes não são somente os de sangue. Filhos muitas vezes podem ser nossos pares, nossa alma gêmea, nosso acalento nos braços amorosos dos que aparecem em nosso caminho.
    Uma pena que um ser humano seja capaz de abandonar bebês em lata de lixo, em lixeiras de hospitais, jogados na vida, no mundo, indefesos por serem considerados um peso na vida de seus pais e vice-versa...
    Muito lindas suas palavras, Dr. Clóvis. Sei que, lendo isso, que jamais abandonaria um filho seu para morrer sozinho nos braços do mundo cruel. Folgo em saber que o mundo ainda dispõe de pessoas que se importam com o ser humano, que lutam para mensagens como essas sejam divulgadas, em meio a tanta pornografia que vemos hoje, onde o amor é jogado na lata do lixo como se tivesse sido encontrado lá.
    Parabéns. Tenha em mim uma admiradora de palavras verdadeiras como sei que é portador.
    Grande abraço,
    Verônica.

    ResponderExcluir