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sábado, 19 de janeiro de 2013

Que os Argentinos não me escutem


Não sou chegado em futebol, mas dizem no Brasil, que ganhar é bom, mas ganhar da Argentina é muito melhor.
Vim para Buenos Aires atrás de um Diploma de Doutorado em Direito, e isso já é sábio e notório, mas em poucos minutos que tenho por aqui, resolvi dar uma andada na (bela) Buenos Aires.
Com toda a sinceridade, fiquei encantado com a Cidade, de avenidas muito largas e planas que vão de norte a sul, de leste a oeste da cidade, sempre com semáforos antigos, mas funcionais, apesar do povo quase ser atropelado por querer avançar o sinal, mesmo estando a pé.
Fui ao Obelisco, a Casa Rosada, a diversos Museus, livrarias, e diversos outros lugares comuns que um turista tem que visitar na cidade. O ufanismo encontrado aqui é grande, e com a organização da cidade, podem até tentar se acharem um pouco “europeus” latino-americanos, com livrarias espalhadas por toda a cidade.
Realmente parece uma cidade cultural, com a quantidade de Universidades disponibilizadas pelo centro e pelos bairros nobres e pobres da cidade, onde o respeito ao Professor, ao Mestre, ou ao Doutor, são de dar inveja a qualquer colégio Brasileiro, até mesmo porque, a educação que se dão de respeito a eles é tremenda.
Enquanto no Brasil, os alunos se confrontam com seus Mestres, aqui o respeito é tão grande, que surge até por vez uma separação entre a classe discente e a classe docente.
Para não ficar diferente dos colegas, fui recebido por dois representantes do curso que me inscrevi, e num verdadeiro “portunhol” fomos nos comunicando, ficando cada dia que se passava, um pouco melhor nossa negociação de classe com Ar Condicionado, Cadeiras Estofadas, Tomadas para nossos Notebooks, Bibliotecas informatizadas e físicas, que nos levavam cada vez mais ao mundo dos sonhos, ao mundo dos estudantes que um dia sonharam em fazer o Doutorado.
Recebemos nosso professor Ernán, um Professor Doutor em Ciências Sociais e Direito na “Universidad del Museo Social da Argentina” conhecida na Capital Federal como UMSA. A matéria dele foi então explicada em Espanhol, e tínhamos que entender (quase) completamente os assuntos da História do Direito, conversando com Platão, Aristóteles, Ulpiano, Cícero dentre outras personagens da história que vimos lá atrás, no nosso ginásio, isso em 1969 à 1974.
Por entre vários trabalhos que tínhamos que fazer, o Doutor então saía da sala de aula para resolver seus problemas talvez como discente, ou talvez problemas particulares, não sei, mas ausentava-se da sala de aula por muitos minutos, tempo o suficiente, para nós 15 alunos do Doutorado fazer nossas “fofocas”.
Sempre há na sala um aluno engraçadinho, um mais estudioso, uma mais legal, e eu, logicamente o mais velho e o mais instigante da sala.
Sabia que era o mais velho (inclusive incluindo o Doutor Ernán) porque na sala falei a todos: “Se houvesse alguém com idade superior a 52 que apenas mencionasse a mim”, e como não houve manifestação, então me coloquei como o “pai” da criançada presente na sala.
Um amigo nosso então veio com uma colocação sobre a cidade Argentina e seus habitantes, e foi aí que vimos a rivalidade dos povos.
Estávamos falando sobre troca de moeda entre Real e Peso, Dólar e Peso, quando esse amigo falou sobre a maior inflação de moedas que um Brasileiro poderia ter na Argentina.
Ficamos todos curiosos para ouvir a explicação, quando fomos surpreendidos com a fala de que ele só faria a explicação quando o Doutor se ausentasse da sala de aula.
Assim foi, veio um novo exercício, e com a ausência do Mestre, então o colega foi até o púlpito e perguntou? “Alguém sabe como se multiplica o dinheiro aqui na Argentina? Como se pode inflacionar rapidamente em nosso bolsos o dinheiro?”. Logicamente a resposta foi negativa.
Então esse colega falou: “Para se ganhar muito dinheiro aqui na Argentina, o Brasileiro deve vir a Buenos Aires, comprar um Argentino pelo preço que ele VALE e posteriormente, vender o Argentino pelo preço que ele ACHA QUE VALE”.
Que os Argentinos não nos ouçam, mas dá uma bela grana.
Prazer em Recebê-los.

3 comentários:

  1. Bom dia, Mestre.
    De novo, desculpe minha ausência. Não estou dando conta dos meus pedidos e estou ampliando um pouco meu negocio, mas, isso e pra depois...
    Argentinos são assim mesmo... kkkkkk :)
    Abraço fraterno.
    Lilith

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  2. Boa noite, mestre.
    Pq estais tão mudo? :) Vai me dizer que algum argentino safado comeu sua lingua?!? :)
    Quando respondo suas postagens e vc não dá um pitaquinho, parece que to falando sozinha rsrs.
    Abraço fraterno.
    Lilith

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  3. Obrigado querida, estou numa correria muito grande aqui, porque tenho de decidir sobre minha tese. Mas continue agitando-se junto aos seus clientes. Beijos

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