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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Tem Coca í na Geladeira


Para quem me conhece pelo menos a 30 exatos anos sabe que sou uma pessoa sem vícios. Sem nenhum mesmo. Nada de Cerveja, Vinho, Pinga, Vodka, ou cigarro, baseado, maconha, crack, nada que possa aviltar minha pessoa.
Não que um dia tenha feito parte da minha vida, mas já cheguei a fumar cigarros, dois maços por dia de Continental, nunca menos, nunca mais, mas foram 6 anos seguidos.
Quando morei em Anápolis-GO, trabalhei por um bocado de tempo na Cervejaria de Brasília S/A a famosa CEBRASA, onde fui gerente do Posto de Serviço do Banco Real, que fazia-se presente na Empresa, e toda vez que perguntavam para meu filho mais velho, o Ygor, o que seu pai foi fazer, e lá vinha a resposta: Foi beber Cerveja.
A fama não faz a cama como dizem por aí, mas ainda me lembro quando minha filha Àgnes nasceu, a Cebrasa me deu uma camisa com a inscrição: O Prazer de Fazer Bem Feito. Não era uma inscrição jogada ao vento, mas sim para fazer a publicidade de uma cerveja que estavam lançando, a Malte 90.
Bem, vamos deixar essa parte de lado e vamos ao que interessa de verdade.
Passou então 20 anos quando conheci minha Esposa Lourdes, e papo vai, papo vem, quando resolvemos então nos casar.
Gostaríamos de fugir, esse era nosso sonho de consumo, baseado em fatos Reais de filmes que assistíamos juntos separados fisicamente, mas na mesma bat emissora, bat canal e na mesma bat hora.
Como esse sonho teria que ser frustrado, tanto pelo coração dos pais dela como os do meus pais, resolvemos então fazer nosso casamento em 24 de Dezembro de 2005. Já pensou que data cabalística essa? Não poderia ser melhor.
Fomos ao nosso apartamento, arrumamos tudo por lá, ela foi para casa dela tomar banho (isso porque os sogros não permitiriam tal atitude enquanto não nos casássemos), eu fiquei no apartamento, arrumei as malas e esperamos a noite chegar.
Não preciso dizer que foi uma longa espera essa, das cinco da tarde até as nove da noite, hora da Ceia Natalina Portuguesa, também conhecida como Consoada, para então unir-nos até o fim.
Assim fizemos, terminamos a Consoada e rumamos a casa dos meus pais, que também levaram um baita susto, é claro.
Saímos da casa dos meus pais, lá pela meia-noite, e fomos..... deixa pra lá, é intimidade demais para ser escrita.
Já no dia seguinte fomos rumo a São Tomé das Letras, uma pacata cidade no interior de Minas Gerais.
Para variar, e só para variar, pegamos todas estradas vicinais, e então a primeira surpresa, Dezembro mais Chuva associado a uma estrada de terra, virou Barro Puro.
Era um tal de gira volante para direita, vira para esquerda, pisa no freio e no acelerador, e lá chegamos. Não preciso também falar que ficamos p da vida ao saber que paralela a nossa estrada havia uma novinha de asfalto recém-criado.
São Tomé das Letras, ficou conhecida no tempo de Raul Seixas como a Cidade do Tudo Bem, entende?
Fomos visitar a cidade, deixamos o carro na rua, ou seja no estacionamento do Hotel, e vamos andar.
Tem diversos lugares muito bacana naquela cidade, e só para fazer um parêntesis, o único PM da cidade, deixa no portão da Delegacia, sempre fechada, o número do Celular particular, com os dizeres: Qualquer ocorrência, basta me ligar. Bem irônico, mas como lá não tem mesmo ocorrências, vale a pena pelo aviso.
Umas escadarias de pedra, uma gruta que reza a lenda que vai dar em Machu-Pitchu, no interior dos Templos Sagrados dos Maias, e uma pedra misteriosa, que teríamos que subir para atingir seu cume.
Um buteco ao pé da subida, era a única indicação do início da jornada da Pedra.
Começamos a subir, vagarosamente, ao nosso rítimo, pois estamos falando de dois jovens de vinte e tantos anos. Melhor não fazer as contas não é.
Mas os passos mais vagarosos nos ia deixando cada vez mais sem ar, ficava rarefeito, e mais nossas pernas já não nos ajudava a manter-nos em pé.
A Lourdes parou nos cinqüenta primeiros metros e sentou-se numa espécie de muro de pedra, criado naturalmente, e falou para mim, que desejava um suco ou um refrigerante para aguentar a subida.
Bem, eu mais moleque, desci os cinqüenta metros em uma carreira de fazer gosto, chegando rapidamente ao buteco ao pé da montanha de pedra.
Cheguei colocando metade da língua para fora, e a outra metade também, recuperei o fôlego e fui pedir ao balconista um refrigerante, o mais comum: Uma Coca.
O balconista ao ouvir meu pedido: “Me dá uma Coca” "por favor", me olhou assim, daquele jeito mineiro de olhar, raspou a mão direita na barba, cujo barulho de lixa se ouvia do outro lado da cidade.
Me olhou de cima em baixo, para ver se eu não estaria grampeado, e num gesto rápido me chamou em um canto daquele bar.
Falou a seguinte frase: “Olha moço, para quem é a Coca?”. Eu respondí, para minha esposa que está subindo a ladeira e sem ar para chegar ao final, deseja uma Coca para dar-lhe as forças que faltam para o término da subida.
Ele mais uma vez, do jeito mais mineiro ainda, me olhou, olhou, olhou, e então foi falando: - “Olha aqui seu moço, se ela desejar fumar aqui mesmo, então fale para ela vir até aqui atras do Bar, ou então se desejar fumar lá em cima, não vai ter problema, o policial já está acostumado(com os baseados da turma), e mesmo assim, neste horário está no almoço” “Só volta lá pelas três da tarde”.
Foi um espanto e até explicar que o que a Lourdes queria era um refrigerante........
Depois de muitas risadas subimos até o cume mais alto, da montanha mais alta daquele reino Tão Tão Distante.
Tem Coca í na Geladeira??????

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5 comentários:

  1. Obrigado minha querida, sempre é bom ter um estímulo deste.

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  2. Oi, Mestre...
    Tá falando sério?
    Tenho um número melhor para a Cabala... Mas, nem te digo ainda pq preciso saber ao certo o significado do número 8. Deve ter alguma relação ou com o Circo de Soleil ou com a Estrela de Davi... Vai saber...
    Ah, o bom humor... :)
    No mais, adoreeeeei o mineiro doidão e chapado. Da próxima vez, não que casar, mas, que subir ladeiras, aconselho pedir uma limonada. Pelo menos, refresca mais. Coca-cola tem muito sal em sua composição, vem daí a vontade eterna de beber mais...
    Abraço fraterno.
    Lilith.

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  3. Muito legal querida, mas deixa-me dar-te uma explicação sobre a cabala do número 8. Trata-se de um número que escrevemos errado. A bolinha do número 8 maior, deve ficar em cima da bola menor do 8. Daí sim o significado cabalístico. O micro-cosmo se aproximando ao macro-cosmo. O homem se achegando a Deus. É muito profundo esse número. Aliás todos os 10 números que conhecemos tem significado profundo. O circ de Soleil ou o Círculo do Sol, ou a Estrela de Davi possuem significados muito mais relevantes que um dia, se puder te explico ok? Beijos querida.

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    1. Ah, que bom... Pq o 8 é a soma do meu aniversário, data importantíssima prá mim, pois o mundo ficou muito mais feliz depois que eu vim prá cá. A gente num acende uma vela prá deixar embaixo da mesa, né? Mesmo pq, pega fogo na toalha, rsrs.
      Tinha que ter uma coisa boa nessa soma... Algumas vezes, por n razões, penso o 6 ser melhor sob alguns aspectos. :) Mas, enfim... Tb assunto para outras conversas.
      Sobre o micro se aproximar do macro-cosmo... Isso não dá uma catástrofe? Eu acho que dá. :)
      Maluca, claro, para saber o significado do Circulo do Sol e da Estrela de Davi... Do Circo de Soleil, acho que ja descobri com o número 6. :D Aaaaai, meu Deus. :D

      Adoro falar com vc.
      Abraço fraterno,
      Lilith.

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