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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Outra de Portugal


Espírito aventureiro é comigo mesmo. Não há tempo ruim, chuva, sol, neblina, calor, frio que estou lá. Sempre na busca de trazer uma imagem nova, conhecer pessoas lugares e assim por diante.
Conforme já mencionei em outro conto meu, fui viajar. Um pulinho até Portugal e de lá mais um pulinho pela Europa. Foram quase dezoito mil quilômetros rodados de carro por todos os lugares que quase nenhum turista andou.
Como diria meu Irmão Neil Armstrong, dezoito mil quilômetros para mim, um milhão de quilômetros para a humanidade.
Falo isso porque não pagava nas estradas Européias nenhum pedágio, só viajando pelas estradas vicinais, que se comparam com uma Castelo Branco aqui no Brasil.
Passei por diversos lugares estive em tantos outros, mas a curiosidade começa na volta.
Viajando pelo sul da Espanha, saí de Toledo em direção ao Estreito de Gibraltar, e comecei achando bonito quando via umas mulheres na beira da estrada muito bem vestidas, inclusive com idumentária chique, sentadas em poltronas de alto conforto uma pequena bandeirola que tremulava ao vento, lendo.
Olhando melhor para as bandeiras colocadas ao lado direito da poltrona pude reparar que havia ali três categorias de mulheres, as Verdes, as Amarelas e as Vermelhas.
Não tive dúvidas, virei para a esposa e falei que iria mexer com as mulheres, já que lá na Espanha não conhecia ninguém.
Passei por uma, buzinei, dei tchauzinho, fiz o maior estardalhaço para chamar a atenção.
Ao chegar em na Guarda e comentar com os primos da minha esposa, eles não só cairam na gargalhada com o “burrinho” aqui, como perguntaram se eu não tinha que pagar uma multa ao Sindicato da Prostitutas Espanhola.
Fiquei imaginem, de cara no chão, mas levei na brincadeira, porque o “burrinho” aqui, não tinha pensado que aquelas mulheres seriam prostitutas, porque estavam muito bem vestidas e lendo.
Me chamou mais a atenção foi a leitura que elas estavam fazendo. Meus primos então falaram que se a bandeirola estiver Verde, ela está disponível, se Amarela, elas estariam na redondeza, para o cliente então aguardá-la, e se Vermelha, não procure e nem buzine, estariam “trabalhando”.
Com a cara no chão, agora acho tudo isso um barato, mas na hora não achei nem um pouco.
Bem, mas voltando ao Estreito de Gibraltar, como coloquei, estiquei minha cabeça para o alto e vi a África do outro lado, afinal são apenas 42 quilômetros que se separam entre o continente Europeu do Continente Africano.
Mas o mais curioso foi que chegando a Portugal pelo sul, entrando por Beja, resolvi parar um pouco, abastecer o carro, tomar uma água. Assim o fiz, abri a tampa de combustível, meti óleo disel no motor, e fui fazer o pagamento.
Então prestem atenção agora: Cheguei junto a loja de conveniência, e num sonoro Bom Dia, cumprimentei a todos que lá se encontravam. Não eram muitos, apenas 02 Portugueses e uma moça que atendia-os e tomava conta do caixa das Bombas de Combustível.
Ao proferir BOM DIA, os portugueses cumprimentaram e a atendente esboçou um largo sorriso falando assim: Nossa Sotaque Brasileiro, quanta saudades.
Eu que não sou tímido nem nada, e quem comigo convive sabe disso, já fui puxando assunto: O que você está fazendo aqui menina?
  • Não, eu era instrumentista de cirurgia, tirei umas férias de 15 dias e gostei do lugar e já não voltei mais”
  • Pois bem menina, de onde você é?” e ela me responde -”Sou de São Paulo, não bem São Paulo, mas numa cidade vizinha, sou de Guarulhos”.
  • Bem, falei, eu também sou de Guarulhos, estou na Avenida Dr Timóteo Penteado, onde tenho meu Escritório”.
  • Não diga, meu pai mora na Vila Galvão...”
  • Mas você falou que era instrumentadora, de que médico, afinal tenho muitos médicos amigos meus em Guarulhos”.
  • Não é bem de Guarulhos o médico que trabalhei, mas sim no Tatuapé”.
  • Conheço muito no Tatuapé”.
  • É um tal de Dr. César”.
  • O Césinha, da moto? Fiz a instalação na Maçonaria dele”
  • Esse mesmo.....”
Bem não precisa dizer que houve sessão de fotos, abraços e outras coisas mais.
Era uma felicidade só, imagine bem, estava a mais de uma braçada de distância, braçada esta que atravessa o Oceano Atlântico, e paro num posto de combustível e vou encontrar uma pessoa que era instrumentadora do meu médico.
Fizemos uma amizade muito legal. Esperem, já conto de quem se trata.
Cheguei ao Brasil, e fui procurar então o Césinha, e fui logo falando: “Nunca faça nada de errado, porque eu sei seguir seus passos”.
Caimos na gargalhada, passei fotos dela para ele, ele fêz muitos elogios à pessoa dela, e deixei o Doutor César e fui para casa.
Essa menina de quem falo é a “Andreia Rizzo”. Uma querida amiga Física que se tornou também em amiga Virtual nas Redes Sociais.
Viu? Sempre tenha certeza do que está fazendo, pois sempre terá um Clóvis para seguir seus passos.
Então: Prazer em Recebê-los.

Um comentário:

  1. Boa tarde, Mestre.
    Hum... Seguir passos? Nem imagino como...
    interessante a história.
    Abraço fraterno,
    Lilith

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