Devo avisar que não
sou o protagonista desta história, nem fui eu que presenciou, apenas
ouvi a história. Vou mudar os nomes, é lógico para evitar de
denunciar as pessoas.
Bem vamos ao fatos. Eu
estava sentado no banco escolar quando fomos fazer nossa
confraternização de final de ano, afinal de contas, já estamos
juntos desde junho deste ano, o que faz da turma que começou com 35
alunos da Pós-Graduação em Direito, passar para apenas 10
regulares e corajosos estudantes.
Já com uma semana
antes das aulas quinzenais, começamos organizar quem levaria o quê
para que todos pudessem saciar sua vontade mais de bater papo do que
realmente comer, apesar que ninguém dispensou nenhum pedaço de
tortas, doces, bolos, sucos que foram por nós levados.
Eu já havia falado que
normalmente as mulheres levariam os comes e os homens os bebes, e que
eu iria pegar uma colega na casa dela, para evitar de que ela viesse
com as delícias gregas que estavam prontas para nós.
Uma das colegas, apesar
de me chamar de engraçadinho também falou que eu estava sendo
aproveitador, imaginem só, eu aproveitador onde?
Começamos a aula, como
combinado, as 08:00h em ponto e todos nós, inclusive o professor
daquela turma, estávamos de olho no relógio que fica pendurado na
câmera que nos filma. O tempo ia se passando, a fome foi chegando, e
todos nós aguardávamos as 10:00h.
Os debates estavam
acirrados quando bateu 10:00h no Mosteiro de São Bento, e nós na
Paulista, com ouvidos aguçados, poderíamos ouvir as 10 badaladas
nos sinos daquela igreja.
Mais do que
rapidamente, fomos lavar nossas mãos e nos apropriarmos daquela
fartura, daquela mesa colorida, daqueles sucos que aplacariam nossa
sede.
Eram só 15 minutos de
lanchinho mas não precisa dizer que como estávamos com o Mestre na
Sala, estendemos muito mais que esses 15 minutinhos, afinal de
contas, era nossa última aula de 2012.
Como sempre, quase para
acabar o nosso tempo estendido, e longe para acabar o lanche, um
colega, que agora não vem o caso seu nome, muito divertido, e
diga-se de passagem muito legal começou a contar um “causo”, e
como começou muita ênfase, começamos a parar nossos assuntos
paralelos, para darmos início a escutar o que o Zeca falava.
Lá estava o Zeca
confessando que passeava num shopping da sua cidade, e digo
confessando porque não faz o gênero do Zeca tal atitude, e de
repente ele fala de um desconhecido que vinha em sua direção, mas
bem distante.
Logo atrás dessa
figura, uma mulata daquelas de fazer fechar as lojas do shopping, ou
de parar o trânsito, como se fala. Era uma daquelas mulatas que
arrebenta a cabeça de qualquer português, e digo português pela
célebre música que diz: “Galinha preta que bota ovo branco, mais
de uma vez, pode ter certeza que o galo é português”.
Essa mulata
encontrava-se próximo ao Zeca, e também próximo ao Zeca, um grupo
de mocinhas, que riam e conversavam em som alto, atrás desse amigo
narrador.
Também, bem a frente,
em sua direção, na linha reta de sua vista, um cara, como diz o
Zeca, boa pinta, bem apanhado, um terno alinhado, gravata combinando
com a felicidade do ambiente, sapatos engraxados, um lenço branco
que segurava em sua mão, e olhar fixo para frente.
O Zeca, cruzou o olhar
com o cidadão, mas não deu a devida atenção, até mesmo porque o
olhar desse cidadão, poderia estar na direção da mulata, ou da
meninas que estavam próximas ao Zeca.
Mas, numa segunda
olhada, Zeca começou a perceber algo pouco estranho, as meninas
todas empolgadas com aquele “pedaço de mal caminho” para elas,
começavam a olhar para o cidadão e darem algumas risadinhas
insinuantes.
O olhar do cidadão
estava fixo, e mais uma vez Zeca cruzou o olhar, desta vez com uma
certa desconfiança. O cidadão agora, passa pelas meninas e continua
olhando fixo e Zeca agora preso por aquele olhar compenetrado do
cidadão.
O olhar estava voltada
para ele. Era para ele. Zeca começava ficar transtornado, e ali
começou a travar a velha e boa cruzada de olhares.
A batalha começava,
com agora a insistência de um jogo, Zeca resolver aceitar, e
compenetrou seu olhar nos olhos daquele cidadão.
O cidadão olhava, Zeca
olhava também; o cidadão continuava a olhar e Zeca também. Foram
segundos que se tornaram eternidade, e a batalha continuava.
Os olhares fixos, cada
qual nos olhos de seu oponente se mantinha enquanto o cidadão
caminhava e Zeca, parado, gélido, estático, ficava aguardando a
reação do cidadão.
Próximo ao elevador,
Zeca não se mexia, com a esperança de que fosse para a mulata o
olhar, afinal de contas, a pele, os lábios, o rosto, enfim, o
conjunto era para deixar qualquer marmanjo “babando”, ainda mais
com aquele vestido cujo comprimento era pequeno, bem pequeno.
Um vestido florido,
branco com rosas verdes, deixava aquela pele, achocolatada da mulata,
muito mais doce e agradável que um “Sonho de Valsa”.
E o cidadão vinha,
passo a passo, com o olhar fixo no Zeca, e este num repente volta-se
para a mulata que estava logo a uns 20 ou trinta passos às suas
costas, próximos ao elevador.
Não era o dia do Zeca,
a mulata acabava de chamar o elevador e este começava a descer, e o
cidadão de olhos cerrados para nosso amigo Zeca.
Batalha travada, agora
não tinha volta. Encararia com a mesma intensidade aquele olhar, e o
cidadão chegando mais perto.
Logo, faltando uns 10
passos de seu contato, Zeca olha para a mulata que já não estava
mais lá, havia entrado no elevador, e o cidadão vindo a seu
encontro.
A situação estava
tensa, quando o cidadão se aproximou de Zeca, que sem ação
aguardava com até ansiosidade esse encontro.
E o cidadão que
acabara de chegar até Zeca, parou a sua frente e falou: - “Meu
senhor, poderia me informar onde posso encontrar a Rua Tal aqui neste
shopping?”
Rapidamente Zeca o
informou, e sentiu-se aliviado por não ter levado a cantada até
aquele momento já pré-anunciada.
Assim sendo, com todos
os colegas, agora esclarecidos, fomos deixando nossos lanches, para
tomarmos nossos assentos, e começar a aula sobre união Homoafetiva.
Foi a graça a aula.
Então: Prazer em
Recebê-los.
Oi, Mestre... Hilário. Já estava achando que seu colega fosse gay.
ResponderExcluirAgora estou assistindo Amor Além da Vida. Não se trata de não entender, trata-se de não desistir... Antes via como uma realidade, hoje assisto como um filme... O amor consegue encontrar realmente sua alma gêmea? Elas existem? :) Tanto faz. :) Acho que a gente tendo um amor comum hoje em dia é o suficiente. O problema é que se formos para algum inferno, vamos permanecer lá. :) Nenhuma alma gêmea é capaz de nos tirar daquilo pq almas gêmeas não existem. O máximo são almas afins. :) Tb é bom. :)
Abraço fraterno,
Lilith
Para os céticos, alma gêmea não existe, porém para nós estudantes do ocultismo, nos rejubilamos quando encontramos a nossa. Pena que sempre um haverá a negar, e o outro a insistir. Pena.
ResponderExcluirBeijos querida e obrigado pela observação.
Almas gêmeas, pelo que se diz, se encontram até mesmo no inferno como mostra o filme. Tem uma parte tão linda que diz que eles se amam e ele a acha tão maravilhosa que prefere trocar o céu para estar com ela no inferno do que no céu sozinho, rs.
ResponderExcluirNão que não exista nunca. Deve ser interessante quando encontramos a nossa pq isso é muito, muuito dificil de encontrar.
Acho que hoje as pessoas não ligam muito para isso. :) Fico pensando se eu encontrasse a minha, o que eu faria, depois da festa, claro. :) O que vc faria? :)
No mais, adoooooro seu blog. Sempre faz companhia. Esse de hoje foi muito divertido e adorei o suspense. :)
Abraço fraterno.
Lilith.